A380 pode desembarcar pela primeira vez em solo norte-americano
O mundo inteiro já conhece as dificuldades que a francesa Airbus está enfrentando para tornar o superjumbo A380 uma aeronave saudável e lucrativa. A tendência atual vai inteiramente ao contrário do que a maior aeronave comercial do mundo pode oferecer: eficiência e flexibilidade. Enquanto muitos já tendem a escolher aeronaves consideradas single-aisle, aquelas de corredor único em que os A320neo e B737 MAXs se encaixam, tem uma companhia nos Estados Unidos que pensa em fazer o caminho inverso: a Hawaiian Airlines.
Conheça as dificuldades da Airbus em comercializar o A380
A aérea pode se tornar a primeira nos Estados Unidos a encomendar e operar o A380. Em entrevista ao canal Bloomberg, o CEO Mark Dunkerley afirmou que considera seriamente o A380 como uma possibilidade de equipamento para compor sua frota. Para ele, rotas a partir de Honolulu com direção a Los Angeles, Las Vegas e Tóquio são as quais o superjumbo poderia se encaixar perfeitamente. No entanto, ainda com os pés no chão, Dunkerley afirmou que não está totalmente convencido para contactar a Airbus e encomendar a aeronave.
Será que o CEO da Hawaiian, Mark Dunkerley, vai encomendar o primeiro A380 da historia dos EUA?
Para se ter uma noção, nenhuma companhia aérea norte-americana ou japonesa, desde o início das operações do A380, lá em 2007, realizou uma encomenda sequer para o modelo. E mais: até o momento, apenas 193 aeronaves A380 circulam pelo planeta, número que está longe das previsões da Airbus para a demanda de 1.200 unidades de grande porte (supersize) para as duas próximas décadas, enquanto apenas 126 encomendas estão atualmente na carteira de pedidos firmes da fabricante (backlog), a serem entregues nos próximos cinco anos.
Entre memorandos de entendimento, contratos, encomendas e entregas, difícil ver um novo cliente ou uma nova encomenda para A380s no momento. A preços de tabela, o A380 sairia da fábrica hoje por US$ 433 milhões, mas este valor quase sempre sofreu um desconto. O medo é que a produção do superjumbo caia para menos de 20 aeronaves por ano, algo que faria o programa de desenvolvimento da Airbus chegar ao vermelho. Com a queda, a Airbus seria obrigada a realocar seus funcionários ou até mesmo demitir as centenas de pessoas que lá trabalham.