Após críticas, Qatar Airways cogita cancelar encomendas do A320neo
Akbar Al Baker afirma que o atraso nas entregas já compromete a frota
Fim da paciência! É assim que podemos considerar o humor do clássico Akbar Al Baker, CEO da Qatar Airways, quando o assunto é a entrega de suas aeronaves modelo A320neo. Os problemas nos motores PW1100G by Pratt Whitney já não são novidade para ninguém, tanto é que o próprio CEO já ameaçou até procurar a rival Boeing para uma possível nova encomenda. Agora, cada vez mais afastado do modelo, Akbar Al Baker tem grandes chances de cancelar as encomendas para o modelo, que deveria estar na frota da Qatar desde janeiro.
A companhia, que seria a pioneira na introdução do A320neo, já teria cinco A320neos se não tivesse se recusado em receber as unidades com problemas nos motores. Para Akbar Al Baker, esta ausência da frota tem um grande impacto para a Qatar Airways, tanto é que já conversa com a CFM International a fim de trocar os motores LEAP-1A que compõem o A320neo, além de já considerar o leasing de certas aeronaves para preencher este gap na frota de aeronaves single-aisle narrowbody.
O CEO da Qatar Airways teve a oportunidade de conversar com o CEO da Airbus, Fabrice Bregier, durante o encontro anual da IATA esta semana, e declarou mais uma vez o seu desapontamento com os atrasos. “Nós ainda estamos em um impasse”, disse Al Baker, que ainda lembrou da promessa de Pratt Whitney e Airbus em resolver o problema o mais rápido possível. “Eles nos deram uma deadline, mas até agora nada”, completou. O CEO ainda afirmou que alguns fatores em relação ao desempenho dos motores só serão resolvidos em meados de 2017.
Restrições no hardware e software coloca encomendas da Qatar Airways para o A320neo em xeque
Já totalmente descontente com os atuais problemas encontrados nos motores da família A320neo (PW1100G by Pratt Whitney), Akbar Al Baker decidiu ir atrás da Boeing, no fim de abril, para conversar sobre uma possível substituição de aeronaves. Neste caso, o CEO da Qatar estaria de olho no B737 MAX, embora tenha afirmado que preferiria que a Airbus resolvesse os problemas dos Airbus acima de tudo. Mas, “qualquer fabricante terá slots de produção para agradar um novo cliente”, disse Akbar ao se referir a Boeing.
Segundo fontes do setor, o motor ainda sofre com algumas restrições devido ao hardware e ao software, que após o acionamento necessita manter a marcha lenta por três minutos. O problema impede que a aeronave inicie os procedimentos de taxi, algo considerado extremamente sério em aeroportos movimentados, podendo comprometer inclusive a utilização de slots, quando existentes.
Pratt Whitney se defende das críticas da Qatar
Além de afirmar que 99% dos problemas já estão resolvidos e chutar os outros 1% para serem resolvidos até dezembro, a Pratt Whitney decidiu responder às críticas proferidas por Al Baker. Em nota a PW afirmou que os comentários do CEO da Qatar Airways são “completamente imprecisos e acabam descaracterizando o real desempenho do motor, que é certificado e atende as especificações necessárias estipuladas em contrado. Estamos resolvendo os poucos problemas que algumas companhias aéreas estão tendo com o motor. A produção atual dos motores, por exemplo, já conta com melhorias de software e hardware”, disse a fabricante, em nota.
