Esqueça os clássicos guias de turismo com listas previsíveis de museus e mirantes. Em 2025, as experiências que realmente movem o viajante moderno passam longe das rotas tradicionais. Segundo a nova Revista Tendências do Turismo, desenvolvida pelo Ministério do Turismo e a Embratur, três categorias despontam com força no Brasil — e não têm nada de óbvias: astroturismo, turismo esportivo e turismo musical.
Do Parque do Desengano (RJ), onde a luz das estrelas rivaliza com qualquer aurora boreal, às arquibancadas vibrantes de campeonatos e trilhas de aventura, passando pelas multidões devotas que cruzam o país atrás de divas pop, essas experiências revelam um novo espírito de viagem: mais sensorial, mais imersivo, mais emocional. E talvez, mais transformador.
Se você também busca um roteiro que desperte a alma — e não apenas o algoritmo —, aqui estão três apostas certeiras para colocar no radar.
1. Astroturismo

Muito além das constelações de hotel, o novo luxo é um céu limpo, sem filtros e sem notificações. O astroturismo, que já faz sucesso em países como Chile, Islândia e Nova Zelândia, encontra no Brasil um palco ideal — e ainda pouco explorado. A joia mais recente? O Parque Estadual do Desengano, no interior do Rio de Janeiro.
Reconhecido por sua baixíssima poluição luminosa, o parque vem se tornando um dos pontos mais promissores para observação astronômica no país. Ali, chuvas de meteoros e eclipses ganham ares de espetáculo em meio à Mata Atlântica. Algumas pousadas da região já oferecem telescópios, jantares ao luar e até meditação guiada sob o céu estrelado.
A nova geração — especialmente Millennials e Gen Z — lidera esse movimento, atraída por experiências que misturam ciência, espiritualidade e contemplação. A astrofotografia também virou febre: basta uma rápida busca no Instagram para entender o fascínio.
Para quem: viajantes contemplativos, casais em busca de conexão e fãs do cosmos.
Dica: vá entre maio e agosto, época de céu mais limpo. Traga um binóculo potente, aplicativos de observação e prepare-se para um detox digital — e astral.
2. Turismo esportivo

Se você acha que esporte é só para praticantes, está na hora de rever seu roteiro. Em 2025, o turismo esportivo se consolida como uma das experiências mais emocionantes para quem busca algo além da selfie. Segundo o Skyscanner, 40% dos viajantes entre 25 e 34 anos já escolhem destinos de olho em eventos esportivos — da Fórmula 1 ao skate, das maratonas urbanas às ultratrails em paisagens remotas.
A tendência cresce em duas frentes: espectadores que viajam para acompanhar seus ídolos (como os fãs que cruzaram continentes para as Olimpíadas de Paris ou a Copa América) e participantes em busca de eventos que unem desafio físico e paisagens inesquecíveis.
No Brasil, cidades como Florianópolis, Rio de Janeiro, Chapada Diamantina e Foz do Iguaçu recebem cada vez mais provas que misturam natureza, esporte e turismo. Até os esportes eletrônicos entram no jogo: com arenas temáticas e campeonatos de eSports, São Paulo e Recife já atraem multidões de gamers e criadores de conteúdo.
Para quem: atletas ocasionais, torcedores apaixonados e viajantes com sede de adrenalina.
Dica: agende com antecedência, especialmente para grandes eventos. Pacotes personalizados incluem acesso VIP, experiências com atletas e city tours temáticos — procure operadoras especializadas.
3. Turismo musical

Quando a trilha sonora da viagem é ao vivo e em alto volume, o destino se transforma. O turismo musical — também conhecido como gig tripping — está se tornando a grande febre entre os viajantes que querem viver shows icônicos em lugares inesquecíveis. E o Brasil, com sua mistura de ritmo, sol e celebração, é palco ideal para essa revolução.
A apresentação de Lady Gaga na Praia de Copacabana foi apenas um exemplo. Em 2025, já há operadoras oferecendo pacotes que incluem ingressos para shows, roteiros gastronômicos e hospedagem em cidades que respiram música — como Salvador, Recife, São Paulo e, claro, o Rio de Janeiro.
Mas não são só os megashows. Tours temáticos por locais de gravação de clipes, bares históricos, estúdios icônicos e festas de rua também estão em alta. O bairro da Lapa, no Rio, o Pelourinho em Salvador e a Rua Augusta em São Paulo são destinos que, sozinhos, já contam a história sonora de um país.
Para quem: fãs dedicados, viajantes culturais e quem acha que a melhor lembrança de uma viagem é uma música que marcou.
Dica: assine alertas de turnês, planeje com antecedência e descubra as experiências paralelas — feiras, ensaios, encontros com artistas e festas exclusivas. Muitas vezes, o after é mais memorável que o palco.