Vinícola Thera será uma nova âncora do turismo na Serra catarinense

 Quando o projeto da Vinícola Thera, criado pelo renomado arquiteto italiano Marco Casamonti ficar pronto, o município de Bom Retiro, na Serra Catarinense, passará a abrigar uma das principais âncoras turísticas do Estado. A vinícola fundada por João Paulo Freitas, filho do empresário Dilor Freitas – empreendedor da vinícola Villa Francioni, de São Joaquim – vai encantar pela criatividade e integração à natureza. 

Apresentado recentemente junto com o lançamento dos vinhos Thera , projeto é inovador, terá edificações que seguirão curvas das colinas povoadas de araucárias e todas construções terão telhado verde integrado à paisagem. Haverá também um condomínio habitacional com residências no mesmo perfil e outras atrações. O wine bar deve abrir ao público em março, mas o projeto total da vinícola, que recebeu o nome da mãe de João Paulo, Thera (Theresinha Borges de Freitas), será feito gradualmente nos próximos anos. A empresa é tocada pela família. Além de João Paulo, a mulher Linda e os filhos Abner e Adonai participam diretamente.

 O contato com o renomado Casamonti foi uma indicação de amigos que participavam da Casa Cor em São Paulo. A expectativa é de que se torne uma referência no enoturismo a exemplo da Vinícola Antinori, da Toscana, também projetada pelo arquiteto e uma das mais visitadas da Itália. 

Confira entrevista com João Paulo Freitas:

A vitivinicultura de SC ganhou um impulso quando líderes de grandes empresas, especialmente da indústria, decidiram subir a Serra e investir na atividade. O senhor foi um dos precursores, levando o seu pai Dilor Freitas, sócio da Cecrisa, a ingressar no setor. Como foi isso?

João Paulo Freitas – Na verdade, tudo começou com o meu pai, um visionário do mundo dos vinhos de altitude. Ele se deu conta de que os estudos da Epagri (Empresa de Pesquisa Agrícola e Extensão Rural de Santa Catarina) indicavam que dava para produzir vinhos de qualidade na região e ele fez uma aposta extraordinária (com a construção da vinícola Villa Francioni em São Joaquim). Mas temos outros pioneiros, como o Maurício Grando e o Caio Pisani. Juntos, fundamos a Acavitis, Associação Catarinense dos Vinhos Finos de Altitude (hoje a Vinhos de Altitude SA) com o propósito de gerar esse novo drive de desenvolvimento para a Serra catarinense. O vinho leva a riqueza para toda a região. O meu pai estava procurando uma atividade mais tranqüila para desenvolver na Serra. Nós já apreciávamos vinhos. Ele se interessou, estudou o setor, se tornou um grande conhecedor e passou a investir na área. 

Qual será o foco da Vinícola Thera?

Freitas – A vinícola Thera vem para exaltar as características do terroir de Bom Retiro, que tem vocação para vinhos brancos, espumantes e rosés. Eventualmente, teremos vinhos tintos, com uma tiragem menor. O nosso projeto é pequeno e de longo prazo. É para 100 mil garrafas no futuro. Começamos agora com dois rótulos, um sauvignon blanc e um rosé. É uma vinícola boutique que cuidamos com muito carinho. 

Como será a comercialização?

Freitas – Vale ressaltar que estamos produzindo nossos vinhos na Villa Francioni, com os nossos enólogos. Iniciamos a comercialização por Santa Catarina. Primeiro vamos fazer um trabalho muito bem feito no Estado para depois fazer outros Estados. 

 Como avalia a evolução do enoturismo catarinense? 

Extraordinária! Se a gente lembra como era 15 anos atrás, quando não havia um vinho ou uma vinícola sequer, hoje temos tantos estabelecimentos recebendo turistas, trazendo demandas para hospedagens que se instalam na região, aprimorando a gastronomia, com roteiros de integração com a paisagem. Então, essa integração com a paisagem traz outros elementos da mão do homem como a gastronomia, a cultura. É um drive de desenvolvimento extraordinário que está evoluindo bastante. 

Quando a Vinícola Thera passará a receber turistas?

Nós estamos, agora, implantando um wine bar, que é um turismo de experiência. Em três meses já poderemos receber. É uma proposta de experiência. Vamos fazer reservas, receber para visitas conduzidas nos vinhedos.

 As vinícolas foram incluídas no Simples nacional, o que entrará em vigor em 2018. Como avalia essa conquista?

Acredito que é muito importante. A carga tributária do Brasil é extravagante. Nós que fazemos fronteira com Argentina, Uruguai e Chile que são grandes produtores de vinhos sabemos que no Brasil a carga é muito maior. Acredito que a vitivinicultura brasileira seria muito mais pujante se não fosse a alta carga tributária e a burocracia. 

Acompanhe as publicações de Estela Benetti

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