Turismo rural de Jundiaí atrai 500 mil visitantes

© Alexandre Martins

A adega de Sandra Vendramin, no Caxambu, passou a oferecer pães, geleias de frutas e embutidos caseiros

O mercado turístico movimentou 500 mil pessoas em Jundiaí em um ano, segundo dados da Secretaria de Agricultura, Abastecimento e Turismo da cidade. A procura abriu novas oportunidades de negócios para pequenos sitiantes, que conseguem, além de vender as frutas produzidas no terreno, ainda agregar valor fazendo a manipulação através da culinária, criando geleias, pães, linguiças entre outros produtos caseiros. A importância do filão rendeu até novo curso técnico que será implantado no próximo ano na Escola Técnica Estadual Benedito Storani (EtecBest): Culinária/Gastronomia.

A adega de Sandra Vendramin, na região do Caxambu, além da produção de uvas e vinhos, tradição na família há décadas, passou a oferecer pães caseiros, geleias de frutas e produtos da criação de suínos como linguiças, chouriço e codeguin. As especialidades – feitas ao estilo dos colonos, secados à sombra – aumentaram em 40% o movimento no último ano. “A procura aumentou bastante após a inclusão dos alimentos. É uma tendência que agrega valor na produção”, considera ela.

Para o secretário de Agricultura, Abastecimento e Turismo de Jundiaí, Marcos Brunholi, o momento do turismo rural é de visualização. “Percebemos uma explosão no movimento deste setor na cidade. Tínhamos 32 pontos de turismo só no Caxambu. Hoje, já passam de 60”, destaca. Segundo ele, novas oportunidades foram abertas no segmento de alimentos. “Antes não tínhamos café da manhã. Agora já temos no Caxambu e em Santa Clara. São oportunidades que oferecem renda para toda a família do pequeno produtor, possibilitando que ele fique na terra”, aponta. Mas para que a culinária tradicional auxilie no rendimento da família, é necessário conhecimento técnico.

Futuro – Por conta da demanda do mercado, a Escola Técnica Estadual Benedito Storani muda a grade de cursos para atender a necessidade de profissionais qualificados, não só para os restaurantes como para as rotas rurais. “O curso de Turismo Receptivo será substituído pelo Culinária/Gastronomia, a princípio conectado à educação de jovens e adultos (EJA). No próximo semestre será aberto”, diz o diretor da escola, Eduardo Alvarez.

Os laboratórios, já montados, são os mesmos usados para o curso de Nutrição e Dietética já existente no local. A expectativa é de abrir as primeiras 40 vagas já em 2016. Nos próximos meses, outro curso ligado ao turismo e que ajudará no fomento do Circuito das Frutas será o de Viticultura e Enologia.

A escolha do curso, segundo o coordenador do segmento de turismo da escola, Willian Estevão, foi observada durante o Festival Gastronômico de Jundiaí, neste ano. “Percebemos, por solicitação dos proprietários, a necessidade de qualificar os trabalhadores, mas isso esbarrava na baixa escolaridade dos profissionais. Por isso a realização do curso agregado ao EJA’, explica.

Para Bruna Fiore, professora e coordenadora de projetos de ensino técnico de Turismo, Hospitalidade e Lazer do Centro Paula Souza, que pertence à EtecBest, o mercado de turismo é o que mais depende de material humano para se desenvolver. “Temos 5 mil alunos no eixo de turismo, nos vários cursos que oferecemos ligados ao segmento. Cerca de 85% deles saem do curso já empregados. O turismo não está saturado.”

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