Tunísia quer garantir segurança do turismo após atentado em hotel

Dois dias aps o ataque contra a praia de um hotel na Tunsia, em que 38 pessoas morreram, o mais sangrento na histria do pas, as autoridades buscam maneiras de garantir a segurana das infra-estruturas tursticas.

Condenado como “brbaro” pela comunidade internacional, o ataque foi lanado por um estudante tunisiano que entrou no hotel Riu Imperial Marhaba, em Port El Kantaoui, perto de Sousse (140 km ao sul de Tnis), com um fuzil kalachnikov escondido e disparou contra os turistas.

Entre as 38 vtimas fatais, h 15 britnicos, uma belga, um alemo, uma irlandesa e uma portuguesa, anunciou o ministro tunisiano da Sade, Said Aidi, acrescentando que 39 pessoas ficaram feridas. Entre eles, 25 britnicos, sete tunisianos e trs belgas.

Enquanto isso, o governo britnico alertou neste domingo sobre a “possibilidade” de outros ataques na Tunsia. o pior ataque ao nmero de mortos do Reino Unido desde os atentados de Londres 2005, que deixaram 56 mortos.

O grupo Estado Islmico (EI) reivindicou o ataque e afirmou que o homem identificado pelas autoridades como Seifedin Rezgui, nascido em 1992 e estudante em Kairuan (centro), matou “pessoas dos Estados da Aliana Cruzada”.

Trata-se de uma aluso coalizo internacional antijihadista liderada pelos Estados Unidos que bombardeia seus redutos na Sria e no Iraque.

No sbado os ministros do Interior e do Turismo avaliaram meios para proteger os locais tursticos e as praias mediante unidades armadas da polcia.

Horas aps o ataque, que compromete seriamente a temporada turstica, o primeiro-ministro Habib Essid anunciou um plano de “excepcional” e a implementao “de unidades de segurana, armadas, ao longo de todo o litoral, e dentro do hotis, a partir de 1 de julho”.

– ‘Um deserto’ –

Aps o ataque da ltima sexta-feira e do Museu do Bardo em maro (22 mortos, 21 deles turistas), tambm reivindicado pelo EI, a Tunsia no pode evitar tomar “medidas duras”, afirmou o ministro do Interior Najem Gharsalli.

O Conselho de Segurana Nacional se reunir no domingo na sede da Presidncia, em Cartago, para decidir “medidas complementares” aps o massacre.

Com 1.000 quilmetros de litoral, inmeras praias e stios arqueolgicos de renome internacional, a Tunsia foi durante muito tempo o destino preferido dos operadores tursticos europeus.

Desde a Primavera rabe que comeou na Tunsia em 2011, o pas enfrenta uma crescente ameaa jihadista, que ataca principalmente o turismo. O setor representa mais de 7% do PIB da Tunsia e gera quase 400.000 empregos diretos e indiretos

“Desde sexta-feira aqui virou um deserto”, comentou Imed Triki, um comerciante de Susa. “No so os tunisianos que vo salvar a temporada turstica, e os turistas vo evitar a gente durante um bom tempo”, afirmou.

As reservas j haviam cado muito aps o atentado do Bardo e desde sexta-feira os turistas correm para deixar o pas.

De acordo com os operadores tursticos britnicos e belgas, um total de 4.500 turistas sero repatriados.

A Tunsia ainda no divulgou a lista oficial de mortos e as autoridades de sade explicaram que as vtimas usavam apenas roupas de banho no momento do abate, sem levar seus documentos de identidade.

Neste domingo, em frente a um hotel perto do Imperial Marhaba, o local de abate, quinze estrangeiros ainda se bronzeavam na praia, segundo um jornalista da AFP.

Alm dos ataques contra turistas, dezenas de soldados e policiais foram mortos desde a revoluo de 2011 em atos violentos, principalmente na montanha Shambi (centro-oeste), reduto da principal milcia jihadista na Tunsia.

A Tunsia tambm tem fornecido o maior contingente de cidados – cerca de 3.000 – para grupos jihadistas na Sria, Iraque e Lbia.

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