Quinta Nova, do Grupo Amorim, defende articulação de toda a …

No caso da Quinta Nova é esta integração ao nível do enoturismo que propomos a todos aqueles que nos visitam, resultando nos últimos anos num crescimento notável desta atividade que, por sua vez, alavanca naturalmente a venda de vinho e o fortalecimento da marca junto dos vários mercados. Quem visita  o projecto vem, de antemão, à procura de uma bela história por detrás da garrafa de vinho ou, sendo desconhecedor, é um potencial cliente que merece a nossa atenção e fazemos por converter em prescritor e embaixador da marca. É um trabalho diário de pequenos passos, de visão de longo prazo.

Já é possível fazer um balanço desta última campanha?

Terminamos já a vindima mas ainda se desenvolvem alguns processos técnicos que nos darão um perfil inicial dos vinhos desta campanha. Mas as perspectivas são as melhores!

É possível ter dados quantitativos, em termos de receitas, de número de dormidas, etc, que proporcionem uma ideia de quanto movimenta este setor de atividade em Portugal e na região em que operam?

Não tenho dados nacionais e penso que não estão muito estruturados.

Quais as perspetivas de desenvolvimento deste segmento de atividade – enoturismo, vinhos, gastronomia, etc – no futuro?

No caso do Douro, o caminho é de crescimento óbvio, mas ainda persiste a necessidade de investimento em atividades paralelas ao simples alojamento e restauração, bem como estruturas que gerem dinâmica social e económica de forma a reter a população local e melhorar a qualidade de vida no território. É essencial este foco na componente social para que o tecido empresarial possa desenvolver-se sustentadamente e os turistas sintam que toda a região está preparada para os receber na sua plenitude, algo que ainda não acontece neste momento. A evolução tem sido muito positiva e rápida, mas há ainda espaço para um forte ‘input’ de investimento na região.

Que iniciativas prevê lançar nesta área a curto e médio prazo?

Acabámos de abrir o Wine Museum Centre Fernanda Ramos Amorim, um espaço único que relata de forma muito particular o ciclo do vinho do Porto nos séculos XIX e XX, e que estamos ainda a promover junto dos mercados, não estando previsto de momento qualquer outro investimento.

Este novo espaço veio integrar todo o conjunto de atividades enoturísticas já existentes, sendo as mais procuradas as visitas guiadas, as provas comentadas e os circuitos pedestres pela vinha, a par do restaurante vínico e do hotel, resultando numa experiência global que em 2016 acolheu mais 12.000 visitantes.

O que é que, no seu entender, falta e devia ser feito para uma maior afirmação deste segmento de atividade em Portugal?

Há já um olhar mais atento ao segmento de enoturismo por parte da tutela, no entanto a articulação nacional de toda a oferta é fulcral para que se ganhe dimensão e, consequentemente, visibilidade. É importante que cada produtor olhe o seu vizinho como um parceiro e não como um concorrente, que se trabalhe mais em rede e que se entendam os territórios como património a desvendar, a promover e a integrar nas ofertas de cada um. Um destino turístico só se constrói desta forma e o enoturismo nacional já tem todas estas valências ao dispor para se afirmar. Bastará não perdermos mais tempo e aproveitarmos os holofotes que se apontam a nós atualmente.

Qual a incidência da sazonalidade neste tipo de atividade, como é que essa tendência tem vindo a evoluir e quais as perspetivas de evolução para o futuro? 

A sazonalidade tem vindo a diminuir bastante mas, no que respeita ao interior do país não poderemos afirmar que não existe. No inverno ainda se verifica uma quebra acentuada na procura mas tem-se verificado ser uma época interessante para mercados do hemisfério sul, com destaque para o Brasil. O Douro não pode ser apenas promovido como destino de sol e vindima… há um outro Douro de vinhas douradas, lareira acesa e gastronomia de outono/inverno, capaz de captar muito outros clientes.

 

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