Quatro verdades sobre Mendoza, Argentina

Por Heitor e Silvia Reali, do site Viramundo e Mundovirado

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Serão mesmo verdadeiras todas as maravilhas que se contam sobre Mendoza?

1 – A natureza ali foi moldada pelo homem

Escolhemos chegar em Mendoza, via Santiago do Chile. Depois de sobrevoar a majestosa Cordilheira dos Andes, passamos por um extenso, arenoso e monocromático deserto. Subitamente surge um oásis de verdor, e à sombra dele uma cidade ––Mendoza. Desavisados achamos que foi excelente ideia construir a cidade dentro de um bosque. Mais tarde, porém, soubemos que foi o inverso: o homem construiu um oásis e plantou a cidade dentro dele.

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Terra das Areias —Cuyum Mapu– era como os índios huarpes definiam a secura do lugar. Eles foram os primeiros a dominar a geografia agreste dali represando as águas provenientes do degelo das altas montanhas. Construíram canais de irrigação que mais tarde foram aperfeiçoados pelos imigrantes espanhóis e italianos que, por sua vez criaram outra mudança na paisagem com as cepas de uva e as mudas de oliveiras que trouxeram na bagagem.

Para os viajantes de hoje, um dos encantos de Mendoza é caminhar por suas calles arborizadas ouvindo o som da água que corre nas acequias –canais que ladeiam quase todas ruas e praças.

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2 – O vinho Malbec dali é o melhor do mundo

Baco, quem diria, o deus da fertilidade e do vinho na mitologia romana, também viajou para os Andes! E ele brindou Mendoza com muito sol, umidade relativamente baixa, e água pura do degelo. Esses fatores reunidos criam um microclima único, um terroir perfeito para o cultivo da uva Malbec, que não é a mesma variedade da Europa. Em Mendoza as uvas são de vinhedos pré-filoxera, um inseto que dizimou as videiras europeias. Já vinificado o malbec se destaca por seus aromas frutados com notas de ameixa e marmelada.

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Vale saber que na Província de Mendoza existem 140.000 hectares de vinhedos, cerca de 1300 vitiviniculturas localizadas em quatro oásis bem diferenciados: oásis leste, sul, do vale do Uco e o do centro-oeste.
Neles estão as tradicionais bodegas, dentre elas as familiares, pequenas e artesanais, além das modernas bodegas butique. Em comum a latitude de 33º S, que presenteia com excepcionais temperaturas os vinhedos. Cada vinícola possui um estilo, e de cada terroir sai um vinho diferente com palhetas aromáticas únicas.

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3- Não existe época ideal para visitar Mendoza

Mendoza se transfigura nas quatro estações do ano. No outono, as árvores e as videiras se revestem de uma gama fabulosa de cores quentes que vão do vermelho-carmim ao ocre-alaranjado. Cores que desaparecem no inverno quando as montanhas se recobrem com um manto liso de neve, e faz a festa dos esquiadores. E, para os que amam fotografar, as vinhas secas criam um belo grafismo em meio a neblina.

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De fevereiro até meados de maio, dependendo do amadurecimento das videiras, o viajante tem a oportunidade de ver os trabalhadores na agitação da cosecha ou vendimia –a colheita, e ainda acompanhar a chegada, a seleção dos cachos azuis arroxeados nas bodegas, e se inebriar só com o aroma do mosto que começa a fermentar nos toneis.

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Seja qual for a época, vale embarcar em um dos itinerários do ‘Caminho do Vinho’ passando por diversas vinícolas, com paradas para degustação. Outro roteiro conduz a Villavicencio que cruza o vale de Upsallata até a Ponte do Inca, a 2720 metros de altitude. A ponte é uma formação rochosa criada pelo Rio las Cuevas, cujas águas termais carregadas de minérios pigmentam com tons de amarelo as pedras e as ruínas de antigo hotel. Toda essa região oferece um cardápio de esportes radicais, como montanhismo, trekking, rafting, mountain bike, rapel, expedições 4×4, espeleologia, além do parapente, do esqui (no inverno), e o mais famoso daquelas bandas: a escalada do Aconcágua (no verão), com seus 6.959 metros de altura. Esta montanha foi cenário de “Sete anos no Tibet”, filme protagonizado por Brad Pitt.

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4 – Não existe cidade mais disposta a aproveitar a vida do que Mendoza

Chova ou faça sol, o charme de Mendoza é indiscutível. Certo? Mas o que também é evidente o quanto os mendocinos curtem a vida. Um bom lugar para comprovar isso é a rua Sarmiento tomada por um mar de guarda-sóis coloridos e mesinhas nas calçadas, onde eles gostam de se reunir, seja para saborear uma empanada assada em forno a lenha com uma taça de vinho, ou para um almoço completo, ou ainda para tomar algo, como dizem por lá.
E, como disse o escritor alemão Roland Betsch: “no vinho se espelha a vida”.

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– Outro local que é fonte de conhecimento da cidade é o Mercado Central. Ali se encontram diferentes especiarias, embutidos, cogumelos e as frutas produzidas na região como figo, damasco, pera, maçã, melão, além das frutas secas como as nozes e amêndoas. De excelente qualidade são também as azeitonas das quais se produzem bons azeites

Onde ficar

– Hotel Park Hyatt Mendoza
– Hotel Solaz de los Andes

Onde comer

-Restaurante Francesco
-Almacén Del Sur
-Club Tapiz

Vinícolas
Terrazas de los Andes
Família Zuccardi

Importante: O que facilita bastante o viajante brasileiro é que o real é moeda corrente em Mendoza, sendo aceito em quase todos os estabelecimentos comerciais

Para saber mais: www.turismo.mendonza.gov.ar

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