Pontualidade e capacidade são os desafios de Antonoaldo Neves à frente da TAP

Antonoaldo posou para as lentes do MELISBOA – Antonoaldo Neves mal chegou à presidência da TAP e já tem uma série de desafios para resolver. Além de ter que lidar com a pontualidade da companhia e a limitação de capacidade do Aeroporto de Lisboa, Antonoaldo tem pela frente a chegada de novas aeronaves e a concorrência das companhias de longo curso nas rotas para América do Norte e do Sul. Em entrevista durante a BTL 2018, o novo presidente da TAP também falou de Fernando Pinto, da chegada dos A330neo e não descartou utilizar A321LRs em rotas para o Nordeste.

Algo que tira o sono de Antonoaldo é a capacidade limitada do Aeroporto de Lisboa. Tanto é que o presidente da Ryanair, Michael O’Leary, acusou a TAP e a ANA (Autoridade dos Aeroportos de Portugal) de fazerem um complô para limitar a capacidade do Aeroporto Humberto Delgado e, desta maneira, se beneficiarem do atraso da construção de um aeroporto complementar na Grande Lisboa, o que traria uma menor concorrência para o país.

Neste caso, Antonoaldo foi enfático. “A TAP tem o maior interesse de que a capacidade do aeroporto aumente. Eu dedico seis horas semanais discutindo a capacidade do aeroporto e como aumentá-la. A única coisa que tenho a dizer sobre este tema é que meu compromisso e vontade é que a capacidade do Humberto Delgado aumente e muito. A minha fustração hoje é justamente essa, de não podermos aumentar o aeroporto. Tanto é que estamos limitados a 40 movimentos por hora, e eu adoraria que fossem 46h. Não sei de onde vem essa visão de que a TAP quer um aeroporto com capacidade reduzida. Pelo contrário, eu quero crescer, preciso crescer, e um aeroporto com uma pista só em qualquer lugar do mundo consegue realizar de 42 a 46 movimentos por hora”, disse.

Antonoaldo Neves, presidente da TAP, em entrevista coletiva durante a BTL

Antonoaldo Neves, presidente da TAP, em entrevista coletiva durante a BTL 2018

Outro ponto importante é a pontualidade dos voos, algo que precisa ser resolvido rapidamente. “Os atrasos são uma prioridade para mim e para toda a TAP. É importante entender que é algo que vai além da companhia, embora tenhamos muito a fazer. É um desafio enorme de infraestrutura aeroportuária e de navegação. E quem sofre com isso são os trabalhadores, que chegam mais tarde em casa, e os clientes, que voltarão por outro país e não voarão mais de TAP. Hoje, 50% de nossos clientes se conectam em Lisboa. Logo, a existência da TAP está diretamente ligada a pontualidade operacional”, frisou Neves.

Questionado sobre o crescimento da Ryanair, principalmente no Porto, Antonoaldo Neves “deu de ombros”. “Quem tira meu sono não é a Ryanair, são as grandes companhias de longo curso. Temos que ficar muito mais atentos ao nossos concorrentes que voam para América do Sul e do Norte, do que qualquer outra companhia. Nossa empresa é predominantemente de longo curso. O médio curso apenas complementa e promove conectividade. A prioridade é melhorar produtos e serviços para competir com essas companhias de longo curso, onde a TAP trabalha de uma forma dominante. Temos um modelo diferente das empresas low-costs, logo esta competição não acontece no mesmo ambiente, embora frequentemos os mesmo aeroportos”, finalizou.

Pin It

Comments are closed.