“O Bombarral foi sempre uma terra associada aos vinhos”



Presidente da Câmara do Bombarral, José Manuel Vieira

J.C.: Quais as novidades para o certame deste ano?

Presidente C.M. Bombarral – A primeira novidade é que iniciamos o evento com um espetáculo verdadeiramente importante, para além de inédito e que contribuirá para uma inauguração em cheio. Refiro-me aos Deolinda que serão acompanhados pela West Europe Orchestra, uma orquestra juvenil do Oeste, sedeada no Bombarral e que conta com um magnífico maestro e professor, Élio Leal.
Este ano há também uma aposta forte no espaço gourmet que abre com um show cooking pelo chef Chakall, tendo continuidade com outros excelentes chefes.
As jornadas técnicas direcionadas para temáticas atuais sobre o vinho e a pera rocha são também reforçadas pelo empenho da Comissão Vitivinícola Regional, da Associação Nacional de Produtores de Pêra Rocha e da Portugal Fresh.
Relativamente à gastronomia e doçaria, estas áreas são uma constante novidade devido às criações sucessivas de novas apostas, mas terei de dar relevo ao facto de irmos distribuir pelos visitantes, largas centenas de pastéis de nata de pera rocha, numa mega promoção a este produto de excelência, em combinação com o Compal pera rocha que também será distribuído.
De resto, o Street Food aparece este ano como uma novidade e um complemento à vasta oferta gastronómica, enquanto haverá também reforço e variedade no que toca à música popular portuguesa e uma tónica mais forte na animação de rua a cargo de um grupo muito bom, os lendários da Delgada.

J.C.: A produção vinícola realizou uma revolução no país, reconhecido internacionalmente pelos seus vinhos. Qual a importância da produção vinícola no Bombarral para a economia local e nacional?

Presidente C.M. Bombarral – Em termos económicos, falando dos proveitos diretos da atividade vitivinícola no concelho do Bombarral, esta já foi muito mais forte quando se assumiu, durante décadas, como a principal fonte empregadora e geradora de fluxos de negócio.
No entanto, produzindo-se hoje muito menos quantidade, mas muito mais qualidade, o que acontece é que a produção de vinho continua a proporcionar alguns postos de trabalho ao mesmo tempo que, associada a ações de caráter turístico, como o enoturismo ou o turismo de visitação a pontos de interesse, com associação ao produto, tem tido um êxito enorme e aumentado o rendimento da atividade.
O Bombarral foi, desde sempre, uma terra associada aos vinhos e continua a ter neste produtos vários seguidores que dignificam esse estatuto alcançado no passado.
Associando essa vertente ao facto de sermos os maiores produtores nacionais de bacelo e enxertia, facilmente se comprova que faz todo o sentido comemorarmos essa realidade num festival que tem cerca de sessenta anos de existência.

J.C.: A pera rocha do Oeste tem também no concelho o seu território natural por excelência. A produção e exportação da pera rocha têm aumentado?

Presidente C.M. Bombarral – Pese embora o embargo europeu à Rússia tenha significado um corte de 6.500 toneladas, no setor das exportações da pera rocha outros mercados se abriram, continuando os objetivos muito claros e determinados quando se aponta para uma meta até 2020, de 250 mil toneladas de fruta produzidas, o que configurará um encaixe de duzentos milhões de euros e um necessário aumento no setor das exportações.
Temos orgulho de repartir com o concelho do Cadaval a liderança nesta fileira, num território intermunicipal a dois, com mais de 4 mil hectares cultivados, contribuindo fortemente para as 220 mil toneladas produzidas atualmente.
Relativamente à próxima colheita, as exportações não poderão aumentar exponencialmente, na justa medida em que se prevê uma produção muito similar à do ano passado, face a condições atmosféricas adversas, mas os produtores com todo o seu dinamismo não desarmam e teimam em aumentar a área de plantação, tal como se pode verificar no território do concelho do Bombarral.

J.C.: É o objetivo da Câmara continuar a apostar neste Festival e porquê?

Presidente C.M. Bombarral – Separados, como era no passado, ou juntos como se verifica de há uns anos a esta parte, o Festival do Vinho e a Feira da Pera Rocha nunca deixarão de existir, porque o Bombarral jamais deixará de apostar nos vinhos magníficos que tão bem sabe produzir e na pera rocha, diamante em bruto do Oeste que começa a ser trabalhado, dando lugar a produtos derivados como a aguardente, os licores, a doçaria, a fruta desidratada e muitas outras apostas que têm crescido com um sucesso extraordinário.

Marlene Sousa

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