Motivos não faltam para conhecer Colônia do Sacramento

Você guarda belas imagens de viagem? Quer uma dica? Colônia do Sacramento, no Uruguai: puro encanto para olhares atentos. O detalhe de uma janela, de um gradil de ferro, da fachada de um prédio, da buganvília que reina soberana numa viela, ou da paisagem luminosa do casario ao amanhecer.

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Créditos: Viramundo e Mundovirado

A cidade foi declarada Patrimônio Histórico da Humanidade pela Unesco em 1995

O que dizer então, quando o lugar é cheio de referências arquitetônicas que remetem às colonizações portuguesa e espanhola, que ali fincaram pé.

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Há duas maneiras prazerosas de se chegar em Colônia: pode ser a partir da capital Montevidéu em percurso de duas horas de carro por estrada que ladeia campos de feno pontilhados por uma espécie de enormes carretéis de capim enrolado. Dão ares europeus à paisagem e alimentam o gado durante os rigorosos meses de inverno.

Outra maneira é a dos que chegam pelas bandas de Buenos Aires localizada em frente a Colônia. Ferry boats ou lanchas cruzam com frequência o estuário do rio de la Plata e apenas em meia hora já desembarcam no porto da cidade.

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A melhor maneira de conhecer Colôonia, que em 1995 foi declarada Patrimônio Histórico da Humanidade pela Unesco, é a pé. Sem pressa. As construções mais antigas (1680), despojadas e térreas, estão na Calle de los Suspiros.

Nela, o que sobra em simplicidade transborda de colorido vivo com tonalidades ferrugem-escarlate ou amarelo-gema enriquecidas pela pátina rósea do tempo. Só mais tarde surgiram os sobrados avarandados com gradis de ferro, os edifícios públicos e a igreja dedicada a São Benito. Depois da segunda guerra famílias de italianos, holandeses, ingleses e alemães imigraram para a região, atraídas pela fertilidade das terras e das planícies propícias para criar gado ou ovelhas. E cada uma enriqueceu esse lugar com um pouco da cultura natal.

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Muitas casas antigas foram transformadas em pousadas ou hotéis aconchegantes, galerias de arte, lojas de antiguidades, de artesanato de vime, de azulejos portugueses, adegas e restaurantes.

E há os cafés a céu aberto disseminados por todos os cantos cuja presença dá um toque especial ao centro histórico. No melhor estilo dos bistrôs franceses, só que em ambiente onde predominam a diversidade cromática e a gastronomia à base das tapas, aperitivos espanhóis.

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À noite, sair para jantar é tarefa prazerosa. São tantas as possibilidades nesse excitante roteiro que você enfrenta um dilema: aquele restaurante ali, ou aquele lá? Todos parecem tão bons e estão tão bem encaixados no cenário, que a gente se rende ao que estiver mais perto.

E então é só mandar baixar o vinho e o chouriço, pois gula combina com férias. Nos restaurantes brilha a carne do gado hereford, assada em braseiro de lenha bem ao estilo gaucho, além dos embutidos como salsicha, parrillera e a morcela, ou os de sabor mais forte como riñones e a molleja.

E para acompanhar… bons vinhos. O mais conhecido dos tintos uruguaios é o tannat, de uva originária da França, que já foi um vinho difícil para iniciados, mas que a partir da década de 90 se transformou em verdadeira surpresa para os enófilos. E para finalizar a noite nada melhor do que uma danceteria à beira do Rio da Prata, ou ainda juntar-se aos namorados no pier.

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Nos dias de verão o bem-estar em Colônia do Sacramento também se estende às praias de San Carlos e El Alamo, já que o campo é mês de todos os climas. Assim, sempre é possível organizar passeios pela região e perambular por vilarejos próximos, como Carmelo distante apenas vinte minutos de carro. Um achado. Lugar ideal para se abastecer dos produtos da doçaria regional.

Outro pedaço do bom caminho, bem perto desse povoado, é um dos monumentos nacionais do Uruguai: a Bodega y Granja Narbona. Fundada em 1732, leva o nome do aragonês Juan de Narbona que ali morou e que mais tarde seria um dos principais responsáveis pela edificação do charmoso bairro La Recoleta, em Buenos Aires.

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Hoje, a Narbona é uma finca, espécie de fazenda tradicional, onde se pode passar o dia ou até mesmo se hospedar em uma de suas duas habitaciones, cuja austeridade de época vale mais do que qualquer decoração.

Na mesma linha do tempo seguem o restaurante, a adega e a queijaria, que produz o Grana, espécie de parmesão mais cremoso e fonte de aromas pungentes. Tudo isso faz desse espaço um ponto de arte do comer e do beber.

Em resumo: no mundo do bem-estar, Colônia do Sacramento ocupa posição de primazia.

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Onde ficar

Posada del Virrey, Calle de Espana 217, Colonia Del Sacramento (www.posadadelvirrey.com)

Four Seasons Resort (www.fourseasons.com/carmelo)

Onde comer

Finca Narbona, estrada 21, km 267, Carmelo (www.fincaygranjanarbona.com)

Passeios

As agências de turismo local oferecem um “Dia de Campo”, cujas atividades podem ser: cavalgadas, passeios de bicicleta ou de canoa (estilo canadense) pelo rio de las Víboras, classes de mate, além de aulas de pólo ou uma visita a renomada Bodega Irutia

De carro

Do aeroporto de Carrasco, na capital Montevidéu, e duas horas de carro (180 km) pela estrada 21, ou do porto de Buenos Aires, Argentina, em lanchas ou ferries.

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