MASP recebe exposição coletiva ‘Histórias da Sexualidade’

Não existe tal coisa como a coincidência. Justamente no ano que o MASP debruçou-se sobre a temática da sexualidade, apresentando, com sua curadoria afinada, artistas nacionais e internacionais que merecem destaque, nunca foi tão necessário falar sobre a nudez e o sexo na arte: são os dois momentos da vida que demandam entrega total.

Após apresentar individuais de artistas como a mineira e feminista Teresinha Soares, do francês boêmio Toulouse-Lautrec e do espanhol Miguel Rio Branco, com seu ensaio vislumbrado sobre o Pelourinho, o museu abre ao público nesta sexta-feira, 20 de outubro, a exposição coletiva “Histórias da Sexualidade“.

Créditos: Alexandre Cruz Leão

Nicolas Poussin
“Himeneus travestido assistindo a uma dança em
honra a Príapo” [Transvested Hymenaeus Watching
a Dance in Honor of Priapus, 1634-38
Óleo sobre tela [Oil on canvas], 166,5 x 373 cm
Acervo MASP [Collection]
Compra [Purchase], 1958

Distribuída em três espaços do MASP, “Histórias da sexualidade” pretende discutir as temáticas de desejo, feminismo, erotismo e questões de gênero a partir de uma noção ampla do termo histórias. Reunindo cerca de 250 obras de mais de 140 artistas nacionais e internacionais de períodos e contextos diversos, a mostra vem a calhar num momento de exacerbada incompreensão e censura da arte (vide fechamento da exposição “Queermuseu”, no Santander Cultural, em Porto Alegre, fomentada por denúncias na internet).

Devido a algumas obras apresentarem conteúdo contendo violência, sexo explícito e linguagem imprópria, a exposição tem classificação indicativa de 18 anos, seguindo a orientação do manual do Ministério da Justiça.

As obras são advindas do acervo do MASP ou de coleções brasileiras e internacionais, incluindo desenhos, pinturas, esculturas, filmes, vídeos e fotografias, além de documentos e publicações, de arte pré-colombiana, asiática, africana, europeia, latino-americana, entre outras. São nove núcleos temáticos: Corpos nus, Totemismos, Religiosidades, Performatividades de gênero, Jogos sexuais, Mercados sexuais, LinguagensVoyeurismos e Políticas do corpo e ativismos.

Confira algumas imagens e os artistas que integram cada núcleo:

1/9

Crédito da imagem: Acervo MASP

Maria Auxiliadora “Três mulheres”, 1972 | Corpos nus — esse é o núcleo que abre a exposição no primeiro andar. Aqui, as obras evidenciam um dos objetos de estudo e representação mais comuns na história da arte: o corpo humano. Estão expostos representações de corpos femininos, feminilizados, corpos masculinos e masculinizados, corpos trans, corpos não-binários, de múltiplas formas.

2/9

Crédito da imagem: Jorge Bastos

Egon Schiele “Autoretrato nu”, c. 1910; Coleção MAC USP (Comodato com a Associação Cultural de Amigos do
Museu Lasar Segall / Proprietário: Robert Schwarz)
“Homenagem a Käthe e Johann Schwarz” (integra o núcleo de Corpos nus)

3/9

Crédito da imagem: LLC e Galerie Lelong, New York

Ana Mendieta “Guanaroca” (Esculturas Rupestres)
[First Woman (Rupestrian Sculptures)], 1981; Impressão digital sobre papel | Totemismos – a seguir, pela direita, em sentido anti-horário, o visitante encontra o núcleo dedicado à representação dos órgãos sexuais. Imagens de falos, vulvas e seios vindos de diferentes culturas — pré-colombiana, ameríndia, africana tradicional, europeia, brasileira, e da dita “popular”, como ex-votos — são dispostas lado a lado.

4/9

Crédito da imagem: Cortesia Peres Projects

Dean Sameshima –
Untitled (gay), from Deaf Dudes serie
[Sem título (gay), da série Caras Surdos], 2003; Jato de tinta sobre papel | Linguagens – o terceiro núcleo pretende destacar o uso da linguagem como uma forma igualmente privilegiada de convencionar a arte e a performatividade, com destaque para a semiótica, a língua de sinais e a comunicação por símbolos, intervenções em meios de comunicação, diversas formas de expressão do gênero e da sexualidade.

5/9

Crédito da imagem: Acervo Biblioteca e Centro de Documentação MASP

Flávio de Carvalho;
Foto “Experiência n. 3”, 1956 | Performatividades de gênero – nesse núcleo, as questões de gênero são tidas como atos intencionais, histórica e socialmente construídos, capazes de produzir e reforçar sentidos.
Aqui, as obras retratam corpos com atitudes, marcas, vestimentas e outros signos que desafiam noções normativas de sexualidade e gênero.

6/9

Crédito da imagem: Ronin Gallery / NY, NY

Eisen “New Years Day”
[Dia de Ano Novo], 1835;
Xilogravura sobre papel | Jogos sexuais — faz parte das muitas histórias da sexualidade a existência de práticas coletivas ou intimistas, que cruzam tempos, materialidades e espaços. A referência nesse quinto núcleo são as brincadeiras, os toques, os objetos e os jogos que integram a arqueologia do prazer e do desejo e se apresentam de muitas formas, sob vários desenhos.

7/9

Crédito da imagem: Sérgio Guerini

Lasar Segall – Seleção de doze desenhos originais do Álbum Mangue, 1923-28 | Mercados sexuais – nesse núcleo, a noção de mercado de sexo não é a que aprisiona as práticas sociais, sobretudo femininas, à condenação moral, à passividade e à ausência de desejo. É, sim, uma ideia ampliada, de mercados voltados à sexualidade, que incluem da prostituição aos espetáculos noturnos, bem como a repressão e violência a essas práticas.

8/9

Crédito da imagem: Rubens Chiri / © Projeto Leonilson

José Leonilson “Os anéis do rapaz”, 1992; Coleção Galeria Luisa Strina | Religiosidades – nesse núcleo, parte-se da ideia de que imagens religiosas são também socialmente negociadas como objetos de cortejo sexual: diversas incitam o desejo e, ao mesmo tempo, procuram conter e silenciar qualquer excitação. O exemplo mais conhecido talvez seja o corpo nu de São Sebastião, que aparece como mártir, e que foi apropriado pela iconografia homoerótica.

9/9

Crédito da imagem: João Musa

Edgar Degas “Mulher enxugando o braço esquerdo”, 1844 |
Voyeurismos – por fim, no último núcleo do 1º andar, artistas, curadores e público tornam-se voyeurs: observam, com seus olhares particulares, atos de outros corpos, localizados tanto em locais privados quanto públicos.

.catraca-theater-inner > ul {
width: 900% !important;
}

.catraca-theater > .catraca-theater-inner > ul > li {
width: 11.111111111111% !important;
border: none !important;
box-sizing: border-box;
}

.catraca-theater input[type=radio]#theater-btn-1-2:checked~.catraca-theater-inner > ul { left: 0;}
.catraca-theater input[type=radio]#theater-btn-2-2:checked~.catraca-theater-inner > ul { left: -100%;}
.catraca-theater input[type=radio]#theater-btn-3-2:checked~.catraca-theater-inner > ul { left: -200%;}
.catraca-theater input[type=radio]#theater-btn-4-2:checked~.catraca-theater-inner > ul { left: -300%;}
.catraca-theater input[type=radio]#theater-btn-5-2:checked~.catraca-theater-inner > ul { left: -400%;}
.catraca-theater input[type=radio]#theater-btn-6-2:checked~.catraca-theater-inner > ul { left: -500%;}
.catraca-theater input[type=radio]#theater-btn-7-2:checked~.catraca-theater-inner > ul { left: -600%;}
.catraca-theater input[type=radio]#theater-btn-8-2:checked~.catraca-theater-inner > ul { left: -700%;}
.catraca-theater input[type=radio]#theater-btn-9-2:checked~.catraca-theater-inner > ul { left: -800%;}
.catraca-theater input[type=radio]#theater-btn-1-2:checked~.arrow-2,
.catraca-theater input[type=radio]#theater-btn-2-2:checked~.arrow-3,
.catraca-theater input[type=radio]#theater-btn-3-2:checked~.arrow-4,
.catraca-theater input[type=radio]#theater-btn-4-2:checked~.arrow-5,
.catraca-theater input[type=radio]#theater-btn-5-2:checked~.arrow-6,
.catraca-theater input[type=radio]#theater-btn-6-2:checked~.arrow-7,
.catraca-theater input[type=radio]#theater-btn-7-2:checked~.arrow-8,
.catraca-theater input[type=radio]#theater-btn-8-2:checked~.arrow-9,
.catraca-theater input[type=radio]#theater-btn-9-2:checked~.arrow-10,dumb {
right: 8%;
display: block !important;
}

.catraca-theater input[type=radio]#theater-btn-2-2:checked~.arrow-1,
.catraca-theater input[type=radio]#theater-btn-3-2:checked~.arrow-2,
.catraca-theater input[type=radio]#theater-btn-4-2:checked~.arrow-3,
.catraca-theater input[type=radio]#theater-btn-5-2:checked~.arrow-4,
.catraca-theater input[type=radio]#theater-btn-6-2:checked~.arrow-5,
.catraca-theater input[type=radio]#theater-btn-7-2:checked~.arrow-6,
.catraca-theater input[type=radio]#theater-btn-8-2:checked~.arrow-7,
.catraca-theater input[type=radio]#theater-btn-9-2:checked~.arrow-8,
.catraca-theater input[type=radio]#theater-btn-10-2:checked~.arrow-9,dumb {
left: 8%;
display: block !important;
-webkit-transform: scaleX(-1);
-moz-transform: scaleX(-1);
-ms-transform: scaleX(-1);
-o-transform: scaleX(-1);
transform: scaleX(-1);
}]]>

  • Crédito da imagem: Acervo MASP

    1/9

    Maria Auxiliadora “Três mulheres”, 1972 | Corpos nus — esse é o núcleo que abre a exposição no primeiro andar. Aqui, as obras evidenciam um dos objetos de estudo e representação mais comuns na história da arte: o corpo humano. Estão expostos representações de corpos femininos, feminilizados, corpos masculinos e masculinizados, corpos trans, corpos não-binários, de múltiplas formas.

  • Crédito da imagem: Jorge Bastos

    2/9

    Egon Schiele “Autoretrato nu”, c. 1910; Coleção MAC USP (Comodato com a Associação Cultural de Amigos do
    Museu Lasar Segall / Proprietário: Robert Schwarz)
    “Homenagem a Käthe e Johann Schwarz” (integra o núcleo de Corpos nus)

  • Crédito da imagem: LLC e Galerie Lelong, New York

    3/9

    Ana Mendieta “Guanaroca” (Esculturas Rupestres)
    [First Woman (Rupestrian Sculptures)], 1981; Impressão digital sobre papel | Totemismos – a seguir, pela direita, em sentido anti-horário, o visitante encontra o núcleo dedicado à representação dos órgãos sexuais. Imagens de falos, vulvas e seios vindos de diferentes culturas — pré-colombiana, ameríndia, africana tradicional, europeia, brasileira, e da dita “popular”, como ex-votos — são dispostas lado a lado.

  • Crédito da imagem: Cortesia Peres Projects

    4/9

    Dean Sameshima –
    Untitled (gay), from Deaf Dudes serie
    [Sem título (gay), da série Caras Surdos], 2003; Jato de tinta sobre papel | Linguagens – o terceiro núcleo pretende destacar o uso da linguagem como uma forma igualmente privilegiada de convencionar a arte e a performatividade, com destaque para a semiótica, a língua de sinais e a comunicação por símbolos, intervenções em meios de comunicação, diversas formas de expressão do gênero e da sexualidade.

  • Crédito da imagem: Acervo Biblioteca e Centro de Documentação MASP

    5/9

    Flávio de Carvalho;
    Foto “Experiência n. 3”, 1956 | Performatividades de gênero – nesse núcleo, as questões de gênero são tidas como atos intencionais, histórica e socialmente construídos, capazes de produzir e reforçar sentidos.
    Aqui, as obras retratam corpos com atitudes, marcas, vestimentas e outros signos que desafiam noções normativas de sexualidade e gênero.

  • Crédito da imagem: Ronin Gallery / NY, NY

    6/9

    Eisen “New Years Day”
    [Dia de Ano Novo], 1835;
    Xilogravura sobre papel | Jogos sexuais — faz parte das muitas histórias da sexualidade a existência de práticas coletivas ou intimistas, que cruzam tempos, materialidades e espaços. A referência nesse quinto núcleo são as brincadeiras, os toques, os objetos e os jogos que integram a arqueologia do prazer e do desejo e se apresentam de muitas formas, sob vários desenhos.

  • Crédito da imagem: Sérgio Guerini

    7/9

    Lasar Segall – Seleção de doze desenhos originais do Álbum Mangue, 1923-28 | Mercados sexuais – nesse núcleo, a noção de mercado de sexo não é a que aprisiona as práticas sociais, sobretudo femininas, à condenação moral, à passividade e à ausência de desejo. É, sim, uma ideia ampliada, de mercados voltados à sexualidade, que incluem da prostituição aos espetáculos noturnos, bem como a repressão e violência a essas práticas.

  • Crédito da imagem: Rubens Chiri / © Projeto Leonilson

    8/9

    José Leonilson “Os anéis do rapaz”, 1992; Coleção Galeria Luisa Strina | Religiosidades – nesse núcleo, parte-se da ideia de que imagens religiosas são também socialmente negociadas como objetos de cortejo sexual: diversas incitam o desejo e, ao mesmo tempo, procuram conter e silenciar qualquer excitação. O exemplo mais conhecido talvez seja o corpo nu de São Sebastião, que aparece como mártir, e que foi apropriado pela iconografia homoerótica.

  • Crédito da imagem: João Musa

    9/9

    Edgar Degas “Mulher enxugando o braço esquerdo”, 1844 |
    Voyeurismos – por fim, no último núcleo do 1º andar, artistas, curadores e público tornam-se voyeurs: observam, com seus olhares particulares, atos de outros corpos, localizados tanto em locais privados quanto públicos.

Histórias da Sexualidade

De 20/10 a 14/02:   Terças,  Quartas,  Sextas,  Sábados e  Domingos das 10:00 às 18:00 Quintas das 10:00 às 20:00


Pin It

Comments are closed.