Mapa aponta baixo fluxo turístico no Oeste Paulista

Presidente Epitácio está na categoria C (Foto: Reprodução/TV Fronteira)Presidente Epitácio está na categoria C (Foto: Reprodução/TV Fronteira)

O Ministério do Turismo divulgou a nova metodologia adotada para categorizar os municípios brasileiros em relação ao setor. De acordo com órgão, a partir de quatro variáveis de desempenho econômico, como número de empregos, estabelecimentos formais no setor de hospedagem, estimativas de fluxo de turistas domésticos e internacionais, os 3.345 municípios do Mapa do Turismo Brasileiro foram agrupados em cinco categorias, de A até E. No Oeste Paulista, a maioria das cidades foi considerada de menor fluxo de turistas e empregos formais no setor.

Ainda conforme o Ministério do Turismo, a categorização atende à necessidade de aprimorar os critérios para “definir políticas públicas para o setor e criar um instrumento capaz de subsidiar, de forma objetiva, a tomada de decisões de acordo com o desempenho da economia do turismo de cada localidade”.

Categorias
Na categoria A, que representa os municípios com maior fluxo turístico e maior número de empregos e estabelecimentos no setor de hospedagem, não há nenhuma cidade das 56 do Oeste Paulista.

No grupo B, está somente Presidente Prudente. Já no grupo C, são seis municípios da região. Em geral, o maior número de cidades no Mapa do Turismo, 2.623, ou 78% do conjunto avaliado, concentra-se nos grupos D e E, que reúne municípios de menor fluxo de turistas e empregos formais no setor. A região também segue este panorama, pois são, ao todo, 49 cidades, sendo 26 no D e 23 no E.

“A ideia é de que, conhecidas as características de cada grupo de municípios, torna-se mais fácil proporcionar apoios adequados a cada um deles”, enfatizou o Ministério do Turismo.

Mapa do Turismo
Já na divisão por Região Turística, são 21 municípios no grupo “Águas do Oeste”, três no “Caminhos dos Imigrantes”, 13 no “Pontal Paulista” e 19 no “Sol do Oeste”.

O processo de categorização é uma estratégia do Programa de Regionalização do Turismo do ministério e teve sua metodologia avaliada pelas secretarias estaduais e municipais de Turismo e foi reconhecida em diversas instâncias do poder público.

Atrativos locais
De acordo com o coordenador do curso de Turismo da Universidade Estadual Paulista (Unesp), de Rosana, Fábio Luciano Violin, o Oeste Paulista é composto por um “conjunto grande de pequenas cidades”. “Há alguns atrativos tradicionais locais, como encontros, festas religiosas e folclore, mas não há um conjunto de atrativos que chame os turistas de outras regiões de forma acentuada”, explicou.

Ele ainda citou que cidades como Presidente Prudente e Rosana acabam atraindo pessoas por conta de seus hospitais públicos. “É um turismo vinculado à saúde. Fora isso, há vendedores, entregadores que passam por aqui, porém, não é algo tão elevado quanto nas regiões nordeste e sul, que possuem um conjunto interligado de atrativos”, afirmou.

O coordenador ressaltou também que o Oeste Paulista não possui um “circuito interligado de atrativos”.

“Fala-se em um trem turístico aqui, mas é uma dificuldade porque não tem um conjunto de atrações que justifique pegar este trem, neste atual momento. Alguns locais possuem rios, ou a questão religiosa mais notória, mas o grande conjunto vive de serviço público, uma empresa ou outra, porém, nada expressivo. Isso dificulta que aqui seja o destino das grandes classes”, relatou.

Esforço
Violin enfatizou que para melhorar o turismo na região é preciso um esforço de vários setores, em um trabalho em conjunto. “A proposta precisa partir de alguns elementos, agindo de forma coesa. O setor público com a parte estrutural e o apoio técnico, a iniciativa privada e a consciência dos próprios moradores. Junto a tudo isso, há a necessidade de uma divulgação eficiente dos veículos de comunicação”, salientou.

Apesar de ser algo possível, ter uma região com um turismo consolidado levaria cerca de uma década e meia, conforme o especialista. “Não é nada fácil ou rápido, mas é possível”, falou. Por fim, ele pontuou que o turismo é uma das “indústrias” mais fortes. “É um setor que raramente sofre com a recessão, pois é vinculado a uma área de serviços e consegue abraçar um conjunto de pessoas empregadas direta ou indiretamente. Investir em turismo é um grande negócio”, finalizou Violin.

Confira abaixo a tabela completa do Oeste Paulista:

 

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