Má infraestrutura limita turismo de cruzeiros no Brasil, dizem especialistas

A precariedade ou a carncia de infraestrutura em portos do Brasil limitam as possibilidades do turismo de cruzeiro no pas, avaliaram profissionais do setor em conferncia iniciada nesta segunda-feira, em Miami.

Os problemas, contudo, se estendem para outras regies de igual potencial turstico, como o restante da Amrica Latina, o Caribe e a sia, analisaram os especialistas durante a 31 Cruise Shipping Miami, que traz como tema neste ano o “Desenvolvimento da infraestrutura dos portos nos mercados emergentes”.

Os ricos patrimnios culturais, paisagsticos e arquitetnicos atraem o turismo de cruzeiro para as regies, mas a falta de infraestrutura, os altos custos operacionais e a complexa burocracia, entre outros fatores, dificultam que o setor decole nos mercados emergentes.

“As infraestruturas de terminais como os dos portos de Santos, do Rio de Janeiro e de Salvador, alm de Buenos Aires, no esto totalmente adequadas s expectativas, no tem completa efetividade, com um nvel de custo muito alto”, apontou Gianluca Suprani, diretor do desenvolvimento da MSC Cruises.

Tambm limitam o crescimento do mercado de cruzeiro no pas os problemas com as bagagens, a ausncia de reas exclusivas para os passageiros e terminais que ainda no esto em operao (o caso de Salvador), apesar de Suprani elogiar o trabalho dos operadores de turismo para “convencer dos valores do produto”.

Os participantes da feira colocaram como exemplo da otimizao de resultados e de um trabalho srio em termos de infraestrutura o porto de Busan, no sudeste da Coreia do Sul.

Jinsun Shun, da Autoridade Porturia de Busan, exps as estratgias e desenvolvimento desse porto, transformado em centro do turismo de cruzeiros com o Japo e a China.

Desde 2004 as escalas no porto de Busan foram multiplicadas por quatro. Nos prximos anos sero 20 terminais operando, graas, em grande parte, “ao apoio vital do governo coreano”, disse Shun.

“Ter transformado esse porto em uma base de operaes do pas tem revitalizado a indstria dos cruzeiros e o turismo martimo na regio”, acrescentou.

Para o vice-presidente comercial do Royal Caribbean Cruises, John Tercek, existe um potencial de crescimento de 16,5 milhes de passageiros em mercados emergentes, mas o setor enfrenta desafios.

“A recesso que ainda atinge a Europa; o leste europeu que ainda no descobriu o turismo de cruzeiros; a ‘Primavera rabe’, transformada no ‘inverno rabe’; e incgnitas como o anncio do presidente americano, Barack Obama, da lenta normalizao das relaes com Cuba”, enumera o empresrio.

Dentro desse panorama, Tercek afirma que o nordeste do Brasil carece de infraestruturas, o cone sul do Pacfico longe e muito caro, embora extico, e o desenvolvimento do turismo de cruzeiros no Mar Bltico est “nublado” por causa das imprevisveis aes da Rssia.

“No s uma questo de terminais, mas eles devem refletir as necessidades dos cruzeiros, com um projeto apropriado, eficincia e eficcia operacional, dando segurana e proporcionando, ao mesmo tempo, uma grande experincia ao passageiro”, disse o vice-presidente de portos da Bermello Ajamil Partners, Mark Ittel.

Mais de 900 expositores e 11 mil participantes de 125 pases participam da feira em Miami, considerada como a principal do setor no mundo.

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