Investimento no receptivo é prioridade para Setur-SP

Laércio Benko, secretário de Turismo do Estado de São Paulo

A cidade de São Paulo recebe, anualmente, mais de 6,3 milhões de visitantes. O índice é um dos mais altos do país e se dá, não apenas pelos turistas de lazer, mas também pelo alto número de eventos e feiras que o destino recebe, resultando em uma elevada taxa de visitantes do segmento corporativo. Apesar disto, o receptivo turístico da cidade ainda é um dos maiores gargalos da capital.

De acordo com o secretário de Turismo do Estado de São Paulo, Laércio Benko, um dos principais planos da Setur para 2017 e 2018 é desenvolver o receptivo a fim de movimentar o turismo não apenas na capital, mas também incentivar o turismo nos arredores. “Em todas as grandes cidades turísticas, os hotéis contam com agências que oferecem produtos, passeios e tours turísticos pela cidade e entorno, e isso não acontece em São Paulo. O Estado tem mais atrativos que diversas cidades, em apenas uma hora chega-se ao Guarujá, por exemplo; em duas horas está-se em Ilha Bela. Com todas as atrações da capital é possível fazer algo diferente em casa final de semana do ano e ainda assim não é possível fazer tudo”, enfatiza o secretário.

Laércio afirmou que o objetivo é conscientizar o trade da importância de investir no receptivo como um movimentador da cadeia turística e um gerador de renda e emprego. Para isso, o secretário destacou que deseja tirar da informalidade os prestadores que já oferecem esse serviço, além de integrar os municípios com as instâncias turísticas do estado.

Integração

Entre as ações que visam integrar as 70 instâncias turísticas do estado aos 140 municípios turísticos, está a divulgação de destinos em praças e parques da capital. “Queremos organizar um evento, que não sabemos ainda a periodicidade, mas o objetivo é de tempos em tempos divulgar um destino do estado com algo típico da região escolhida que mostre a cultura, história e folclore local, instigando o Turismo”, explica Benko.

Outro projeto é que dispor de um estande permanente nas cidades de maior movimentação turística, de forma que os outros destinos possam realizar sua própria divulgação. “Teremos, por exemplo, um estande em Aparecida, uma vez que a expectativa é que a cidade receba 20 milhões de turistas este ano, devido à celebração dos 300 anos desde a aparição da imagem Nossa Senhora Aparecida”.

Outros projetos

Com uma verba de R$ 2 bilhões até o final de 2018, a Setur ainda destacou que para receber investimentos, os projetos das prefeituras do estado precisam, agora, passar por um Conselho Municipal de Turismo. O objetivo, segundo o secretário, é garantir que os projetos tenham interesses para o desenvolvimento do Turismo.

Em relação ao repasse, 80% da verba será direcionada para as instâncias turísticas, que receberão entre R$ 2,5 milhões/ano (como é o caso de Caconde) até R$ 30 milhões/ano (Santos). Já os municípios turísticos receberão, cada um, R$ 500 mil/ano. “Somaremos um total de 210 destinos turísticos, sendo 70 instâncias e 140 municípios. Com isso, 1/3 dos destinos serão considerados turísticos. Nenhum estado terá recursos turísticos como São Paulo”, enfatiza Laércio Benko. O valor do repasse deve ser utilizado para construção e melhoria da infraestrutura, entretanto, 15% da verba poderá ser utilizada em custeio de ações, como participação de feiras e eventos e outros.

Para fiscalizar a utilização da verba será criado um grupo de trabalho específico para essas resoluções. Entre as ações está a verificação de obras por um engenheiro da Setur, direcionamento de verba ara uma conta convênio e não para o cofre da prefeitura, fiscalização, entre outras.

Cassinos

O secretário ainda pontuou que pretende continuar a investir na campanha para a legalização dos cassinos no Brasil. Para ele, a proibição é ilógica, além de privar o país de um grande retorno financeiro. “Além de gerar renda, os cassinos ainda conseguirão incentivar o turismo interno pelo País, retendo o brasileiros que atualmente viaja para o exterior para visitar os cassinos”, finaliza.

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