Feriados e promoções das companhias aéreas salvam o mercado …

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Um ano gordo em feriados e promoes das companhias areas est ajudando a convencer o brasileiro a viajar e representa flego ao mercado de turismo, que sentiu o freio da economia, a alta do dlar e a queda na procura por viagens internacionais. O feriado prolongado de Corpus Christi deve injetar R$ 144,1 milhes na economia de Minas Gerais. Entre os seis feriados avaliados, o recesso de junho fica atrs apenas do 12 de outubro, que vai movimentar R$ 150,8 milhes, segundo clculos que acabam de ser divulgados pelo Ministrio do Turismo. Apesar da proximidade, quem deixou para organizar a viagem na ltima hora vai encontrar ainda muitas oportunidades e at promoes no feriado.

A maior procura do brasileiro no feriado de junho pelos destinos dentro do pas e na Amrica do Sul – para Chile e Argentina. “Esperamos ter nesse feriado um crescimento de at 10% frente ao ano passado”, diz Antnio da Matta, presidente da regional mineira da Associao Brasileira de Agncias de Viagens (Abav). Segundo ele, sem euforia, a procura pelo feriado de junho comeou a esquentar e a perspectiva que a venda de pacotes chegue a dobrar na reta final.

Foram excludos do clculo do Ministrio do Turismo, o carnaval, a Semana Santa, o Natal e o rveillon. So seis feriados que juntos vo movimentar R$ 816 milhes na economia mineira: 21 de abril (Tiradentes, tera-feira), 1º de maio (Dia do Trabalho, sexta-feira), 4 de junho (Corpus Christi, quinta-feira), 7 de setembro (Independncia do Brasil, segunda-feira), 12 de outubro (Dia de Nossa Senhora Aparecida, segunda-feira) e 2 de novembro (Finados, segunda-feira).

Gerente de lazer da Master Turismo, Alexandra Peconic, diz que espera vender 20% a mais no feriado de junho, frente ao ano passado, quando a Copa do Mundo, fez muitos brasileiros desistirem de viajar. Ela disse que as empresas areas esto lanando tambm promoes para incentivar as viagens curtas.
Cleiton Feij, diretor Comercial da Nascimento Turismo, com sede em So Paulo e filial em Belo Horizonte, informa que as ofertas da empresa dobraram em relao ao ano passado e que ainda h 70% de disponibilidade, incluindo pacotes nacionais e internacionais.

A publicitria Ana Paula Vasconcelos vai visitar amigos argentinos, que conheceu em Jericoacora, no Cear, no feriado de junho. Ela comprou as passagens para Buenos Aires h trs meses, no valor de R$ 950, para ida e volta. “Percebo que h muitas ofertas. Talvez, se tivesse deixado para comprar este ms, pagaria at mais barato”, comenta.
Pedro Victer, scio-proprietrio da Pier Turismo, diz que as perspectivas para este ano de um cenrio melhor que o de 2014, embora ele no tenha uma projeo de crescimento at dezembro. Ainda fechando os resultados do feriado de primeiro de maio, ele considera que a demanda j mostrou reao e a perspectiva que o brasileiro embarque para praias do Nordeste e cidades da Amrica do Sul em junho.

Marcos Viera/EM/D.A Press

SURPRESA RUIM A mdica Amanda Pereira chegou de um passeio Disney, em Orlando, nos EUA, em maro. A viagem foi fechada com um ano de antecedncia e a alta do dlar pegou sua famlia de surpresa. Amanda, que viajou com o marido e as duas filhas, gastou cerca de R$ 10 mil a mais que o planejado. No feriado de junho, ela vai viajar a trabalho para participar de um congresso. O pacote incluindo hotel e passagem area lhe custou R$ 1.600. “Achei bem caro. H dois anos paguei R$ 1.100 pela mesma viagem.”

Amanda Pereira diz que a alta do dlar no est ajudando as viagens internacionais. “No fim do ano tenho frias, mas ainda estou avaliando se vou viajar”, pondera.

Minas Gerais atraiu mais de 101 mil turistas com destino a cidades do estado no feriado do dia 1º. Durante o recesso, foram movimentados R$ 113 milhes no estado. No pas, essas viagens injetaram R$ 2,5 bilhes na economia. No prximo feriado de junho, o nmero de viajantes buscando destinos mineiros deve crescer para 129,7 mil, segundo o Ministrio do Turismo.

Promoes para o exterior so chamariz

A alta do dlar e o esfriamento da economia afastou o brasileiro de rotas internacionais e de destinos badalados nos ltimos anos como as cidades americanas de Orlando, Miami, e Nova York.

O site especializados em viagens Voopter pesquisou os dois destinos americanos entre maio e dezembro de 2015, apontando uma queda na procura em 35%, enquanto destinos como Buenos Aires e Montevidu ganharam destaque. Segundo o site, passagens para Miami e Nova York podem ser compradas com valores a partir de R$ 1.158, preos inferiores aos que eram encontrados, por exemplo, em 2012, poca em que a demanda estava aquecida.

O presidente da Associao Brasileira de Viagens em Minas (Abav), Antnio da Matta, diz que preos at 30% mais baratos podem ser encontrados em voos tambm para a Amrica do Sul, o que tem incentivado as viagens em feriados curtos.
Cleiton Feij, diretor comercial da Nascimento Turismo observa que o perodo de oportunidades para o consumidor e, por isso, mesmo na ltima hora, os interessados podero encontrar promoes abertas, fazendo at mesmo as viagens internacionais parecerem atrativas. “Nesse momento o euro tambm est muito prximo ao dlar, o que pode abrir oportunidades para quem quer viajar para a Europa em junho”, diz. Na opinio do executivo, a demanda do consumidor brasileiro est reprimida: “No ano passado, tivemos eventos, como a Copa do Mundo, eleies e muitos consumidores acabaram no viajando. Este ano, pretendemos dobrar as vendas”, comenta.

As promoes esto abertas tambm para destinos prximos a Belo Horizonte. No resort Tau, quem passar o feriado de junho no hotel pode ganhar 10% de desconto, com a doao de um agasalho. “Apesar de a economia estar mais fraca pretendemos ter uma taxa de ocupao de 70% no Corpus Christi”, calcula Pedro Vieira, gerente de marketing do hotel. (MC)

Voos pelo pas
A demanda domstica por transporte areo de passageiro acumula alta de 5,6% no perodo entre janeiro e maro de 2015, segundo a Agncia Nacional de Aviao Civil (Anac). A oferta registou aumento de 4%, no mesmo perodo. Em maro, a demanda avanou de 2,9%, em comparao a igual ms de 2014. Esse foi o ndice recorde para o ms nos ltimos 10 anos. A oferta aumentou 3,2%.

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