Desejo da Boeing em “alongar” B737 MAX 9 esbarra nos desafios; entenda

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B737 MAX 9 pode ganhar uma versão alongada, com novos motores e mais capacidade, mas os desafios são grandes

Uma nova família de aeronaves de médio porte até 2024, o desenvolvimento do B777-10X para disputar diretamente com o A380, e agora a possibilidade “alongar” o B737 MAX 9 para ganhar mercado do A321neo. Esses são os planos da Boeing para o setor de aviação comercial nos próximos anos, tempo que terá o poder de dizer se a fabricante acertou em cheio nas suas decisões.

No entanto, o desejo da empresa em aumentar a capacidade e eficiência do B737 MAX 9 esbarra nos desafios que teria pela frente. Atualmente, enquanto a Boeing consegue vender um B737 MAX 9, a Airbus comercializa cinco A321neos, aeronave que transporta 20 passageiros a mais do que a maior variante da família MAX. E esta lacuna incomoda a Boeing, que estuda a real possibilidade de “alongar” o B737 MAX 9.

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B737 MAX 9 com a versão estendida bateria de frente com a família A320neo

Achar um motor adequado para uma melhor eficiência energética não seria um problema, já que o LEAP-1B da CFM International poderia muito bem ser trocado pelo LEAP-1A, que está presente no próprio A321neo. O problema está em encaixar as novas turbinas na atual fuselagem proposta pela norte-americana. Além de gerar mais energia, o LEAP-1A tem um tamanho físico maior, com isso a Boeing seria obrigada a mexer em toda a estrutura da família 737 para receber esta nova variante.

Entre as mudanças, a fabricante teria de levantar o trem de pouso dianteiro, elevar ligeiramente a asa e elevar o trem de pouso principal por algumas polegadas, de acordo com o engenheiro-chefe do projeto, Michael Teal. Em outras palavras, a Boeing precisaria redesenhar toda a engrenagem para receber um motor mais eficiente e que cumpra as necessidades do que seria a maior variante do B737.

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B737 MAX 7, MAX 8 e MAX 9 podem ganhar mais um irmão

“Seria um desafio grande para a engenharia da Boeing, mas eu não acredito que seria o maior. Nós podemos fazer isso”, frisou Teal. Como o já existente B737-900ER, o B737 MAX 9 é 50% maior do que o 737-100 original, que voou pela primeira vez em 1967. Além dos problemas impostos pelos trens de pouso pela instalação de motores maiores, alongar o 737 mais uma vez levaria a Boeing a ter que desenvolver uma asa mais forte. No entanto, se lançado o 737 MAX 9 se encaixaria no conceito que chamamos de “middle of the market”. Para isso, teria que ter um alcance mínimo de 7.400km e cerca de 200 assentos.

Com um número parecido de assentos, a Boeing acredita que o 737 MAX 9 poderia ser mais eficiente do que o A321neo, já que teria uma novos winglets nas asas, um melhor motor e uma fuselagem mais leve. “Somos entre 5 e 6% mais eficiente no momento, mas eles conseguiram fazer algo com uma maior fuselagem, adicionando mais passageiros”, disse Mike Delaney, chefe de Desenvolvimento Comercial de Aeronaves da Boeing, que já sonha com uma maior receita e um menor custo por passageiros com a variante alongada.

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