Joint Venture transatlântica envolve uma série de compras e vendas de ações
Um grande acordo de joint venture (JV) vai abalar o mercado transatlântico da aviação comercial. Air France-KLM, Delta Air Lines e Virgin Atlantic estão prontas para criar uma parceria de peso que inclui ainda dois investimentos: a Air France-KLM adquirindo 31% das ações da Virgin, enquanto a norte-americana Delta, por sua vez, adquirindo 10% de participação da Air France-KLM. A transação extremamente complexa foi anunciada nesta quinta-feira (29) e já coloca a Air France-KLM como dona de 31% da Virgin Atlantic após investir cerca de US$ 287 milhões.
A Delta, que detém 49% dos papéis acionários da Virgin Atlantic e que já tem um JV transatlântico com a própria companhia britânica, vai adquirir 10% das ações da Air France-KLM por cerca de US$ 437 milhões. Todas as três companhias aéreas ainda precisam passar por aquela conhecida aprovação dos órgãos reguladores para trabalharem em cima da nova JV. E não para por aí: a China Eastern Airlines também vai adquirir 10% das ações da Air France-KLM.
Os investimentos de Delta e China Eastern injetarão cerca de US$ 780 milhões aos cofres da Air France-KLM, que registrou perdas de US$ 224 milhões no primeiro trimestre deste ano. Em nota, a Air France-KLM afirma que a aquisição oficial das ações da Virgin Atlantic deve acontecer em 2018, após a aprovação dos órgãos reguladores, o que fará o grupo europeu se tornar o segundo maior acionista da companhia britânica após a Delta Air Lines, que, por sua vez, também detém 3,2% das ações da China Eastern.
Esta parceria entre companhias francesa, holandesa, britânica, norte-americana e chinesa será responsável por impulsionar as operações da Air France-KLM dentro deste cenário tão competitivo que é o mercado europeu. Agora, o grupo franco-holandês poderá bater de frente com outros grandes da Europa, como o IAG e o Grupo Lufthansa. Para o CEO da Delta, Ed Bastian, “como este mercado global extremamente dinâmico, é mais importante do que nunca para a Delta de fortalecer ainda mais os laços com nossos parceiros globais a fim de proporcionar oportunidades de crescimento mútuas”, disse.
Uma vez aprovada, a JV será responsável pela operação de quase 300 voos transatlântico diários. Isto seria fundamental para movimentar a concorrência do mercado, já que British Airways e American Airlines já tem um importante JV exclusivo e imunizado, assim como acontece com a dupla United e Lufthansa. Para o fundador da Virgin Atlantic, Richard Branson, a JV com a Delta proporciona “uma alternativa extremamente competitiva às operações da British e American, além de criar uma forte plataforma para nossa promoção e apoio a marca neste mercado tão concorrido”, disse.
