Da cidade para o campo, através do turismo colaborativo

Viajar pode ser uma das formas mais livres de educação e autoconhecimento, mas para isso é preciso planejamento ao escolher o tipo de experiência que irá viver. É preciso muito mais que dinheiro ou vontade, mas propósito em trilhar este caminho.

E para mostrar como uma viagem com propósito pode mudar, totalmente, a vida de uma pessoa, convidamos a Bárbara Azevedo, uma viajante Worldpacker que, através do turismo colaborativo descobriu a permacultura e um estilo de vida que ela nem imagina que poderia ter, mas que hoje deu um novo e mais profundo sentido à sua vida.

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O turismo colaborativo surgiu na minha vida como uma opção barata de viagem, aliada à segurança e o leque de opções oferecidas pela plataforma do Worldpackers. Nesta busca encontrei a então Estação Marcos Ninguém de Permacultura (hoje Unipermacultura). O nome do local me causou estranheza por eu nunca ter ouvido falar do termo “permacultura” antes.

Incio dos aprendizados sobre construo com superadobeIncio dos aprendizados sobre construo com superadobe

Créditos: Arquivo pessoal

Início dos aprendizados sobre construção com superadobe

Comecei a procurar na internet o significado e a veracidade do projeto que tinha como objetivo reconstruir e ressignificar uma comunidade rural atingida pela construção de uma barragem, através da transição para uma vida mais saudável e sustentável para cada um e para o planeta. Me encantei de cara com a história do local.

Colhendo cana para o feitio de acar mascavo em parceria com produtores locaisColhendo cana para o feitio de acar mascavo em parceria com produtores locais

Créditos: Arquivo pessoal

Colhendo cana para o feitio de açúcar mascavo em parceria com produtores locais

Chegar em Dom José, no entanto, não é fácil mas depois que você passa pelo que eu chamo de “portal mágico” (um corredor de eucaliptos à 3 km da estação),  sua vida nunca mais será a mesma. A vista do rio Uruguai cortando o relevo montanhoso do local é estarrecedora e apesar dos visíveis efeitos do agronegócio na região, você vai olhar pela janela do ônibus da dona Marli no fim da tarde e não saber se aquilo é tão lindo porque o céu desenha as montanhas ou se as montanhas é que desenham o céu.

Vista do rio UruguaiVista do rio Uruguai

Créditos: Arquivo pessoal

Vista do rio Uruguai

Ao chegar aqui, deixe todas as suas expectativas para trás e esteja pronto para abraçar o que vier pois nada vai ser como você imagina; o processo é de aprendizado desde o encanto inicial até –acredito eu, o fim da vida. Já passaram por aqui mais de mil pessoas em um ano e meio de existência do projeto, entre locais, curiosos, universidades, empresas, voluntários, família de voluntários e alunos dos cursos oferecidos, todas elas somando como possível, participando das atividades e respeitando as regras de convivência aliadas com as éticas da permacultura de partilha justa, cuidado com a terra e principalmente de cuidado com as pessoas.

Primeira muda plantada na Agrofloresta da Ecovila Dom JosPrimeira muda plantada na Agrofloresta da Ecovila Dom Jos

Créditos: Arquivo pessoal

Primeira muda plantada na Agrofloresta da Ecovila Dom José

A estação funciona no prédio de uma escola municipal e como toda escola, todos estamos aqui aprendendo, com erros e acertos e essa troca de experiências com os moradores da cidade, da comunidade e dos voluntários que vêm de todas as partes (do Acre à Singapura) é de um valor incalculável.

Eu não me imagino conhecendo tanta coisa, em um fluxo tão intenso, em nenhum outro lugar do mundo e esse conhecimento abrange o que vem de fora e o que vem de dentro e todo dia eu acordo como se fosse outra, como se fosse nova, mas feita de todas havidas antes, porque em um dia você vive uma semana, então cuidado: sua noção de tempo aqui é diferente do que em qualquer canto. E eu que vim para passar 15 dias, estou voluntária em tempo integral há 8 meses. Talvez eu não supra as expectativas da minha família em relação ao futuro, mas nada é mais gratificante do que construir uma história que não é só minha e de ser tudo que eu posso ser no agora.

Oficinas de sade e bem-estar para mulheres em parceria com o SicrediOficinas de sade e bem-estar para mulheres em parceria com o Sicredi

Créditos: Arquivo pessoal

Oficinas de saúde e bem-estar para mulheres em parceria com o Sicredi

O trabalho é social, mental, braçal, matinal, noturno, integrador, crescente e inacabável, porque não e só  pela nossa geração mas pelas que virão depois.

Meu nome é Bárbara Azevedo, sou paraibana e tenho 25 anos. Escolhi viver com menos porque entendi que menos é muito mais. E essa vida imprevisível é assim, como “cair de pára-quedas” no ponto errado e esse ponto acabar sendo o certo. “Tão mais radical quanto mais se inscreve nesta realidade para, conhecendo-a melhor, melhor poder transformá-la” (Paulo Freire).

E aí, gostou? Confira abaixo nas fotos alguns momentos inesquecíveis que a Bárbara já viveu nestes oito meses na Unipermacultura e, se você sentir o mesmo chamado que ela, está mais do que convidado para participar de uma Imersão Colaborativa, com certificado em “Introdução à Permacultura, Ecovilas e Transição para a sustentabilidade”, disponível no site da Worldpackers. E lembre-se: em caso de dúvidas, pode pedir ajuda à equipe da Worldpackers que eles estão ali, prontos para te ajudar a realizar a viagem que vai mudar a sua vida!

Relato por Bárbara Azevedo

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Crédito da imagem: Arquivo pessoal

Primeira oficina sobre educação ambiental na Escola Municipal Prof. Luiz Primo Balbinotti

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Crédito da imagem: Arquivo pessoal

Lançamento do Selo Agroecológico com diversas parcerias

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Crédito da imagem: Arquivo pessoal

Fabricação artesanal de sabonetes líquidos

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Crédito da imagem: Arquivo pessoal

Apresentação nas escolas em parceira com o grupo argentino Colectivo Pangea

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