“Nossa área é um parachoque. A primeira batida somos nós que sofremos”. É desta forma que o diretor regional da Associação das Agências de Viagens Independentes do Interior do Estado de São Paulo (Aviesp) na Baixada Santista, Orlando Santos, avalia o impacto da atual crise econômica no setor. No entanto, há empresários que avaliam que o setor foi um dos menos afetados pela turbulência econômica, quando comparado a outros segmentos do varejo.

Diretor geral da Orla Turismo, Santos afirma que as agências de turismo da região tiveram uma queda média de 30% a 40% nas vendas na comparação do primeiro semestre deste ano com igual período de 2014.

“Ano passado já sentimos um pouco da crise. Foi uma febre de 37 graus, mas este ano fugiu do controle. Fevereiro, por exemplo, tive uma queda violenta de 50% nas vendas, na comparação com o mesmo mês do ano passado”.

O empresário afirma que a baixa não é exclusiva das agências de viagens. “Operadoras, rede hoteleiras, companhias aéreas, todas foram afetadas pela crise”, diz. “Esse clima de intranquilidade faz com que as pessoas comecem a cortar gastos e posterguem suas viagens”.

O cenário nacional não difere. Uma pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisas, Estudos e Capacitação em Turismo (Ipeturis) para o Sindicato das Empresas de Turismo no Estado de São Paulo (SindeturSP) aponta que 82,1% das agências vêm sofrendo com a crise.

Entre as empresas que indicaram influência negativa na movimentação, a queda superior a 20% foi apontada tanto nas vendas para pessoas físicas (71,6% das empresas consultadas), quanto nas vendas para público corporativo privado (45,1% das empresas).  

O presidente em exercício do Sindetur-SP, Ilya Michael Hirsch, afirma que “as vendas do setor de agenciamento turístico para pessoas físicas foram as mais afetadas negativamente pelos efeitos da crise econômica brasileira com variação média de -39,8%”, enquanto que para o segmento corporativo privado a queda de vendas teve variação média de -25,7%”.