Conhecendo Cassis, na bela região francesa da Cotê d’Azur

Era primavera, os termômetros já marcavam 23ºC e o sol estava radiante. Cassis, uma das inúmeras cidades que margeiam a tão desejada Riviera Francesa, me reservava um dia adorável.

Descendo sentindo a marina, não pude conter a minha empolgação com tantos becos encantadores. Estava caindo em um dos clichês mais adoráveis da França: casinhas e praças charmosas.

Créditos: Passaporte com Pimenta

Marina de Cassis, uma das inúmeras cidades que margeiam a Riviera Francesa

Sobrados com as suas janelas coloridas, floreiras reinando na sua estação preferida. Mesinhas na calçada te desafiam a passar por elas sem sentar e pedir um café.

E as sorveterias? São verdadeiras provocações para qualquer ser humano! Se não somos atraídos pelo estômago, provavelmente seremos seduzidos pelas cores das vitrines (no caso freezers).

No pé do ouvido, como se fosse um anjinho (ou diabinho), o sol me convenceu que o sorvete seria muito mais saboroso que o café. 😉

Escolha feita! Encarei a fila da sorveteria Amorim e me lambuzei com o meu sorvete de pistache e de banana.

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Sobrados com as suas janelas coloridas, floreiras reinando na sua estação preferida

Mais alguns passos e me encontrava exatamente no lugar onde desejei estar desde o momento em que eu saí de casa.

Me entreguei a um passeio à beira-mar. Pela calçada que margeia a marina, tomada por barcos a vela, alguns iates e muitos barcos de pescadores.

Enquanto uns se esquentavam com blusas outros optaram pelo sol. A segunda opção me caiu melhor e tratei logo de conquistar o meu lugar ao sol. Com aperto no coração (ou não) desembolsei € 5  para uma cerveja (bem vindo a um dos destinos mais caro da França).

O lema daquele momento era: namorar a vista. Era só eu e ela naquele momento e nada nem ninguém iria atrapalhar meu romance.

Créditos: Passaporte com Pimenta

As charmosas ruelas de Cassis

Comecei a flertar com o mar, e me perguntava: porquê tão lindo? O que fez para merecer os que moram aqui, de frente com você?

A água é inacreditável (talvez para nós que não estamos acostumados) uma coloração que vai do transparente ao azul passando pelo verde.

Calanques

Como se não fosse suficiente tudo aquilo, de um lado falésias, do outro calanques.

Créditos: Passaporte com Pimenta

As falésias com suas cores terrosas, parecem disputar com o mar para ver quem leva a melhor.

As falésias com suas cores terrosas, parecem disputar com o mar para ver quem leva a melhor. E eu te digo quem ganha essa: nós! Admiramos os dois, contrastando ao nosso olhar de boba apaixonada por uma “simples” paisagem.

Os calanques, as paredes rochosas escondem baias estreitas. Consideradas pela “National Geographic” um dos lugares mais bonitos do planeta.

Deixei tudo isso para trás voltei para a marina e decidi: precisava ir até os calanques. Se o local era considerado um dos 1.000 lugares para conhecer antes de morrer, segui em busca de mais um check in para morrer em paz.

Créditos: Passaporte com Pimenta

Praia em meio aos calanques

Para chegar nos calanques só existem duas maneira: trilha ou mar! Quem opta pela primeira opção encara uma bela trilha, podendo levar mais de duas horas de caminhada, se você é desses com disposição para o passeio, te admiro. 😉 Segui com o barquinho mesmo…

São muitos os calanques entre Marselha e Cassis. Inclusive existe o Parque National dos Calanques  responsável por manter e cuidar de toda a região. Os passeios de barco geralmente oferecem opções de: 3, 5, 8 ou 9 calanques. Embora o dia da minha visita estivesse lindo, o vento estava presente com toda a sua potência e só permitiu a realização do passeio menor. Não foi problema, ele seguiria até o En Vau, considerado o calanque mais bonito da região.

Créditos: Passaporte com Pimenta

As paredes rochosas dos calanques escondem baias estreitas

Ainda que o vento estivesse percorrendo o mar em alta velocidade, tratei de garantir meu lugar na parte superior do barco. Mas uma vez, não deixaria nada e nem ninguém atrapalhar meu romance com mais uma bela paisagem.

Ao nos aproximarmos do primeiro calanque e adentrar a sua fenda, tive a certeza: lugares difíceis de chegar sempre nos reservam boas surpresas. As embarcações ali paradas me fizeram desejar um dia velejar sob o mar mediterrâneo e descobrir belezas similares.

A nossa embarcação deu meia volta, ao mesmo tempo que a tristeza bateu por deixar para trás um pedacinho da terra tão lindo ganhei o mar inteiro de presente. As mesmas paredes rochosas me conduziam até o mar aberto.

Créditos: Passaporte com Pimenta

São muitos os calanques entre Marselha e Cassis

Ao chegar no último calanque do passeio, o En Vau, a harmonia entre o branco das rochas com a azul do mar me fez desejar ter chego ao local com os meus próprios pés. Por cima com uma vista completamente diferente da qual eu enxergava naquele momento.

Se esse lugar ganhasse vida ele iria olhar todos os dias para o espelho mágico e iria dizer em alto e bom som: espelho, espelho meu, existe alguém no mundo mais belo do que eu?

Talvez sim, mas naquele momento se eu fosse o espelho eu iria responder: não senhor, você é único!

E mais uma vez, o barco virou e deixou pra trás uma imagem da qual guardarei na memória para sempre.

E mais uma vez [2], o caminho das pedras acalmaram meu coração de turista e me levaram para o alto mar por um dos percursos mais belos já visitado.

Créditos: Passaporte com Pimenta

Vista da Route des Crêtes

Após percorrer a cidade de Cassis a pé, navegar até os Calanques era hora de seguir estrada pela Route des Crêtes, essa iria me levar até o topo da falésia mais alta da Europa. A mesma que fiquei a namorar enquanto sentada na praia.

A rota serpenteia as montanhas, cuidado e atenção se tornam a palavra chave desse passeio. Embora seja um lugar seguro, com estradas em boas condições as curvas fechadas fazem parte de todo o trajeto.

Exatamente da maneira que gosto, uma rota recheada de mirantes. Para usar e abusar da paisagem.

Créditos: Passaporte com Pimenta

Vista da cidade de Cassis

Uma vez contemplada de baixo para cima, hora de trocar o ângulo. A cidade de Cassis se tornou um pequeno vilarejo. A praia que lá de baixo parecia pequena, se torna uma imensidão azul. As pequenas disparidades das cores do mar, formam a vista mais clichê da Cotê d’azur.

E foi de Cassis até La Ciotat que percorri toda a Route des Crêtes. Me despedi do meu primeiro e incrível dia de viagem pela Riviera Francesa.

Foi paixão à primeira vista.

Relato por Maytê Scaravelli, do blog Passaporte com Pimenta

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