Chegada de refugiados a ilha grega prejudica turismo, mas comércio lucra

A chegada de milhares de refugiados por dia ilha grega de Lesbos teve impacto sobre o turismo, a principal fonte de receita local, mas embora alguns hotis tenham sofram cancelamentos, outros comrcios se beneficiam.

To Kima uma pequena taverna situado de frente para a praia. O que h alguns meses era um terrao com bela vista para o mar cristalino da regio, agora uma testemunha das barcas que chegam diariamente.

“Os clientes no se sentem bem vendo as crianas que chegam chorando nos botes. No querem ver isso”, disse Paris, dono do restaurante especializado em frutos do mar, que tambm aluga quartos.

De acordo com o proprietrio do estabelecimento, as consequncias econmicas da chegada de refugiados ilha para o negcio so evidentes.

“Muita gente no vem por esta situao. Nesse ms tivemos dois cancelamentos e em agosto mais de dez”, explicou o hoteleiro, que detalhou que apesar de alguns clientes “no se importarem com a situao”, outros “no gostam”.

A localizao do estabelecimento torna inevitvel que diariamente os clientes se encontrem com os refugiados que chegam at as praias do norte da ilha em botes comandados por eles mesmos, com cerca de 40 pessoas a bordo.

Paris contou que tenta ajudar os imigrantes para que tomem “o caminho correto e possam pegar o nibus que os leve ao campo de Mitilene”.

“No esto apenas prejudicando o hotel, mas a toda a ilha. Tivemos cancelamentos de estrangeiros e de gregos”, contou Irini, recepcionista de um dos maiores hotis de Mitilene, situado em frente baa.

Nesse hotel ficam hospedados a maioria dos integrantes das organizaes humanitrias e muitos dos jornalistas que passaram a cobrir o dia a dia em Lesbos. Entre os hspedes, nenhum refugiado.

“Esta ilha sempre recebeu refugiados, muita gente daqui foi refugiada, como minha av que chegou da Turquia. Sabemos como “, explicou uma funcionria, que lamentou que algumas crianas tenham que dormir na rua.

Quando questionados por refugiados se h vagas no hotel, os funcionrios encaminham os solicitantes a outros trs estabelecimentos. Pelo menos um deles aceita refugiados.

“No tivemos cancelamentos. Aqui alojamos refugiados, no todos, mas alguns deles, especialmente com crianas. O governo est ajudando, mas na semana passada as pessoas tinham que passar dias na rua, sem comida e sem nada. A situao melhorou, ficam aqui um dia e se vo”, disse Dimitra, recepcionista desse segundo hotel. Segundo ela, o local costuma hospedar famlias de srios e iraquianos.

Na rua mais movimentada da cidade, onde ficam os principais hotis, as agncias de viagens, as lojas e as cafeterias, h um negcio de equipamentos de acampamento, roupas esportivas e calados.

De acordo com a dona do estabelecimento, os funcionrios trabalham desde cedo at o comeo da noite, e o movimento intenso. Em poucos minutos, dezenas de pessoas entram na loja para perguntar preos e comprar produtos de todos os tipos.

” um negcio de famlia e eles (os donos) no davam conta sozinhos. Eu me encarrego de dizer os preos e cuidar para que nada seja roubado”, disse Constantina, que trabalha no estabelecimento h uma semana e citou barracas, sacos de dormir e chinelos como os itens mais procurados.

Para ela, que comrcios como esse, localizados perto do porto, se beneficiam com a chegada de refugiados, apesar de algumas cafeterias “no os aceitarem porque podem espantar os clientes”.

O ambiente nas ruas da ilha est dividido. Essa a percepo de gregos como Mara, estudante de 22 anos que opina que, embora alguns tenham sentimentos xenfobos, a maioria acolhe com compreenso a situao e trata bem os recm-chegados.

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