Cartaz de república incita estupro e violência contra a mulher

Um cartaz fixado na república de estudantes “DaNação”, localizadas em São João del-Rei, Minas Gerais, causou revolta nas redes sociais por fazer apologia ao estupro e incitar a violência contra a mulher.

No papel, os moradores estabelecem os direitos e deveres dos estudantes. No entanto, entre eles, estão frases machistas que estimulam agressões e até mesmo embebedar uma mulher para estuprá-la.

Créditos: Reprodução / Facebook

O cartaz dos estudantes causou revolta nas redes sociais

O cartaz foi divulgado em um post na página do Facebook “Spotted Feminista UFSJ”, criada para denunciar casos de assédio e machismo na Universidade Federal de São João del-Rei.

Em todo o manual, há frases violentas, como, por exemplo: “Nunca se deve bater em uma mulher. Ela pode gostar”; “Não tenha escrúpulos, seja cafajeste: toda mulher gosta de sofrer”; “É vedada toda e qualquer recriminação aos moradores que embebedar uma mulher para pegá-la”.

Após a polêmica, o Diretório Central dos Estudantes da universidade (DCE-UFSJ) publicou uma nota de repúdio sobre o comportamento dos integrantes da república. “O cartaz divulgado estimula um CRIME contra a dignidade sexual, previsto no artigo 215 do Decreto-Lei no 2.848 do Código Penal”, diz o texto.

Segundo o DCE, “cartazes como esses legitimam e perpetuam a violência de gênero, que mata mulheres todos os dias no Brasil e no mundo” e ressaltou que “isso não é uma brincadeira, isso não é engraçado, isso é CRIME”. Veja abaixo:

NOTA DE REPÚDIO DO DCE AO CARTAZ MISÓGINO DA REPUBLICA DANAÇÃO O Diretório Central dos Estudantes vem por meio dessa…

Posted by DCE UFSJ on Wednesday, August 23, 2017

Em seguida, os moradores da república divulgaram um comunicado em que admitem o erro e pedem desculpas “a todas as mulheres que já frequentaram a nossa casa e tiveram a desagradável experiência de ler aquele cartaz”.

“Erramos por ter convivido tanto tempo sem nos incomodar com o conteúdo deste cartaz de conteúdo machista. Temos família, esposas, namoradas, irmãs, mães e filhas. Não gostaríamos que elas fossem tratadas da forma como aquele cartaz sugere”, escreveram.

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