Camboja: 5 motivos para conhecer este país surpreendente

De formato quase arredondado, espremido entre Tailândia, Laos e Vietnã, banhado pelo golfo da Tailândia, se encontra o pequeno Camboja, um destino que instiga mesmo o mais experiente dos viajantes.

Créditos: Zizo Asnis

O famoso Le Bayon, no complexo de templos Angkor

Abriga uma das atrações mais faraônicas do planeta, o complexo de templos Angkor. Oferta praias e ilhas fascinantes. Revela uma culinária deliciosa. Apresenta ótima estrutura turística. E expõe as feridas de sua própria história, marcada e castigada por um monstruoso genocídio.

Descubra cinco motivos para visitar o Camboja pelo menos uma vez na vida!

1 – As instigantes civilizações antigas

O Império Khmer reinou entre 802 e 1431 na região, chegando a dominar quase todo o território continental do que hoje se considera o Sudeste Asiático. Acredita-se que a civilização Khmer formou o maior centro urbano pré-industrial da história e que sua população superou os 3 milhões de pessoas.

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Le Bayon, um dos principais templos do complexo Angkor

Grande parte desse esplendor desapareceu após subsequentes guerras territoriais, porém a antiga sede do império permaneceu –e permanece– em incrível estado de conservação: é o complexo de templos Angkor, no perímetro da cidade de Siem Reap. O nome leva um significado prático: “Angkor” significa “cidade” em khmer e já que “Wat” significa “templo”, o principal templo do conjunto chama-se o Angkor Wat.

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Detalhes dos templos de Angkor

O complexo é gigantesco, quase inviabilizando percorrê-lo a pé, então os trajetos entre um templo e outro são feitos por tuktuks (o típico triciclo asiático), bicicletas, motos, táxis e carros particulares. O principal templo é o Angkor Wat, onde muitos começam a apreciá-lo ao nascer do sol –o que cria filas na bilheteria a partir das 4h30 da manhã. Também são famosos o Le Bayon, pelas centenas de detalhes e cabeças esculpidas nas pedras, e o Ta Prohm, pelas árvores invasoras e por ter sido cenário do filme hollywoodiano Tomb Raider, com Angelina Jolie.

Créditos: Zizo Asnis

O enorme complexo de Angkor guarda milhares de templos, muitos deles quase escondidos

Na capital, Phnom Penh, é possível conhecer civilizações ainda mais antigas que a Khmer, no Museu Nacional do Camboja. O belo prédio de arquitetura típica khmer e tons de vermelho abriga milhares de peças datadas desde a pré-história e, hoje, organizadas em salões arejados que desembocam no jardim interno, um conjunto de árvores, flores, pequenas fontes e estátuas.

Créditos: Zizo Asnis

O interior do Museu Nacional do Camboja

2 – O tenebroso Genocídio Cambojano

O Camboja foi cenário de um dos regimes e ditador mais perversos da história. O Khmer Vermelho, sob as mãos firmes e a mente insana do líder Pol Pot, dominou o país entre 1975 a 1979 e resultou na morte, direta ou indireta, de mais de 2 milhões de pessoas –para uma população estimada na época de pouco mais de 7 milhões. Percentualmente, em relação a sua população, foi o maior genocídio do século 20.

Créditos: Zizo Asnis

Celas do Tuol Slem | Foto: Zizo Asnis

As consequências do regime podem ser sentidas nas cidades e ruas do país, que possui alta desigualdade social e o segundo mais baixo IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) da região, superior apenas ao de Mianmar. O fato de o Camboja utilizar o dólar americano é também fruto da destruição causada por Pol Pot. Após o término do regime, o riel (moeda oficial e que hoje é utilizada apenas como centavos) estava tão desvalorizado que a ONU, no início dos anos 90, institucionalizou o dólar nas suas tentativas de estabilizar a economia e, até hoje, permanece assim.

Créditos: Zizo Asnis

Crânios de vítimas do genocídio no campo de extermínio Choeung Ek

Dois locais permitem entender melhor (e se emocionar com) o genocídio cambojano. O Tuol Sleng, em Phnom Penh, serviu como prisão e centro de tortura do Khmer Vermelho, e cada sala dos prédios ali existentes guardam e revelam um pouco da história. E o segundo é o Choeung Ek, mais conhecido como Killing Field, ou Campo de Extermínio. Existiram vários killing fields no Camboja, mas este, situado nos arredores da capital, onde a população era dizimada e enterrada na enganadora aparência de um pacífico parque com laguinho, foi o mais horripilante.

Créditos: Zizo Asnis

Hoje, Choeung Ek é belo, mas foi cenário de um dos mais horríveis genocídios da história

Ambos os locais, hoje transformados em museus a serem percorridos com áudio-guias, possibilitam uma rara e melancólica, porém imprescindível, experiência de visitação e compreensão do que a tirania pode fazer a Humanidade.

3 – A beleza das praias e ilhas

Créditos: Iami Gerbase

A agitada Koh Rong

Como a grande maioria dos países da região, o Camboja esbanja praias e ilhas com mar azul, cristalino e quente. O turismo mochileiro é intenso no litoral cambojano, criando alguns conglomerados de hostels e festas –mas sempre há ilhas desertas para o viajante a fim de sossego.

Sihanoukville é a praia continental com o centrinho mais desenvolvido, cheio hostels, restaurantes e bares. A grande procura pela vila, porém, acontece por ser dali que partem as balsas para as duas ilhas mais famosas do Camboja: Koh Rong e Koh Rong Sanloem. A primeira é a maior e mais badalada, com diversos bares hippies, festas e turistas acordando bêbados em plena areia. Já a segunda é menor, mais cara e bem mais reservada –algumas das praias ficam desertas durante a maior parte do dia.

Fora dessa região mais famosa, merecem destaque a praia de Kep e a ilha de Phu Quoc, ambas já prontas para o turismo de pequeno porte, mas ainda pouco exploradas, o que garante tranquilidade.

Créditos: Iami Gerbase

Muitas vezes é possível aproveitar as praias totalmente só

E, para fazer do litoral cambojano ainda mais especial, vários pontos são perfeitos para apreciar plânctons bioluminescentes. Não sabe o que é isso? Então imagine entrar na no mar à noite, mexer os braços e ver toda a água do entorno iluminar-se com milhares de mini pontos brilhantes. Isso é o que acontece quando esse tipo de plâncton é agitado: emite luz e faz visitantes do mundo inteiro ficaram simplesmente abismados (alguns chegam a brincar serem fadas ou super-heróis, mas daí isso vai de cada um).

Confira o texto completo com mais fotos em O Viajante

Por Iami Gerbase e Zizo Asnis

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