BIKE retorna de turnê europeia com disco e clipe novos na bagagem

Após turnê europeia, que deu direito a dois shows no bombástico Primavera Sound, em Barcelona, além de apresentações em Portugal, Escócia e Inglaterra, e ainda por cima de albão e clipe novos no Curriculum Vitae, a BIKE notoriamente deu uma guinada e provou-se uma das expoentes da nova psicodelia brasileira. De volta às terras paulistanas e com a bagagem lotada de experiências boas, o grupo pega embalo para seguir “Em Busca da Viagem Eterna” (não por acaso nome do segundo disco) em turnê pelo Brasil, que está prestes a começar.

Dá para sacar a satisfação na cara dos integrantes Julito, Diego, Rafa e Dandas no clipe recém-lançado “A Divina Máquina Voadora“, composto por imagens que ilustram momentos da eurotrip feitas com os celulares dos quatro e editadas pelo guitarrista – tudo bem good vibes, à la BIKE.

Por conta da boa repercussão já no primeiro disco, “1943”, lançado em 2015, a banda rodou por 15 estados do Brasil durante um ano e meio, e agora pretende repetir o feito em quatro meses. Neste ínterim, foi na estrada mesmo – e nas paradas rápidas por São José dos Campos, onde fica o estúdio do guitarrista Diego Xavier – onde compuseram e gravaram o segundo álbum.

O disco saiu em abril nas plataformas e, já em maio, o grupo se debandou para as gringas. “Chegamos a fazer um show na Casa do Mancha antes da viagem mas não foi um lançamento oficial. Agora, sim, vamos dar mais ênfase no novo repertório” diz Julito Cavalcante, vocalista e guitarrista, sobre a apresentação do dia 18 de agosto no Sesc Belenzinho. Na ocasião, a BIKE se apresenta como sexteto, convidando a guitarra de Gabriela Deptulski (My Magical Glowing Lens) e as teclas de Danilo Sevalli (Hierofante Púrpura).

“Nossos dois discos têm muita presença de sintetizador e órgão, e nunca conseguimos trazer isso ao vivo como quarteto. Na Europa um amigo tocou com a gente, então quando chegamos aqui resolvemos convidar alguém – aí veio o Danilo, que é parceiro meu de longa data. Com a Gabi também, somos amigos há um tempo, e ela é a única participação especial do disco, em ‘Sete Flechas’. Em cada faixa gravada tem uma massa de quatro ou cinco guitarras, e eu sinto falta disso no palco, então a convidamos para somar e, assim, o show fica com três [guitarras]”, diz Julito.

Créditos: Camila Mott

BIKE pega embalo com discão, eurotour e clipe para iniciar turnê no Brasil

O músico, que debutou na gringa com a BIKE, conta que teve a melhor experiência da turnê no Reino Unido, onde houve muita receptividade do público com o som durante a apresentação. Já no festival, como espectador, os shows que mais curtiu ver foram da australiana e psicodélica King Gizzard  The Lizard Wizard, e das norte-americanas The Black Angels, Afghan Wigs, The Growlers e Swans, entre outras. Outra parte boa do Primavera, segundo ele, foi ter a oportunidade de conhecer bandas da Coreia, Itália, África do Sul e Austrália na conferência musical durante a semana, o que rendeu bons contatos.

Apesar das enormes diferenças entre lá e cá, Julito destaca iniciativas brasileiras como o Festival Bananada, em Goiânia, que já se consolidou no calendário de festivais nacionais (são 19 edições e contando) e promove música durante uma semana inteira, em diferentes formatos: palcos grandes, palcos pequenos, conferências. “Eu acho que tem muitos festivais legais por aqui que estão crescendo; além do Bananada, tem o Picnik, em Brasília, que tem uma proposta massa, e o Circadélica, em Sorocaba. [A cena] tá rolando e tem muita coisa boa, apesar das dificuldades que a gente passa com falta de apoio para a cultura”.

Com “A Erva do Diabo” na mente, o músico também busca a viagem na literatura e conta que acabou de ler este clássico de Carlos Castaneda, que fala sobre a experiência com xamã e uso de ervas. Viagem esta que se complementa, obviamente, à música: mesmo tendo visto uma maratona de shows bons pela Europa, mal chegou em São Paulo e já assistiu a tantos outros. “Fui no Curumin, no Sesc Pompeia; no The Baggios com o Siba, no Centro Cultural São Paulo; no Tagore, no Boogarins, e tem um monte de show que quero ver ainda. Nunca vi RAKTA, sou louco pra ver, mas sempre bato na trave. Também vi Hierofante, Cora, Cinnamon Tapes, e a estreia de A Band Called Love no Music Video Festival, no MIS. Sinto falta de ver show sempre!”.


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