Aroldo Schultz contesta artigo de presidente da Abav e defende os agentes

O diretor geral da operadora Schultz, com sede em Curitiba (PR), contestou artigo veiculado nesta quarta-feira (22), do presidente da Associação Brasileira das Agências de Viagens (Abav). Confira:

Prezado Sr. António Azevedo, concordo que cada sócio deve ser tratado com igualdade e que a entidade deve pensar como um todo. Concordo que não cabe a entidade gerir as agências que são sócias.

O que não concordo é com a forma passiva ou até submissa que a ABAV e outras entidades atuam quanto à importância e interesse dos pequenos agentes de viagens para o setor. Quem paga a conta da ABAV e das demais entidades são as médias e pequenas agencias de viagens, são elas que estão sendo massacradas pelo capitalismo doentio e esmagador das OTAS, que não vivem de turismo mas sim da especulação da bolsa de valores. Não compare a ciranda financeira com empresários e profissionais que vivem do turismo.

Entendo que uma entidade que representa tantos profissionais, deveria ter mais força, mais projetos e propostas de melhoria para as médias e pequenas agencias. Qualquer entidade que representa um grupo deve mais que ninguém acreditar no futuro da profissão!!!

Falar que ganhar comissão é passado é o mesmo que entra num RING e jogar a toalha no chão. Para mim é inaceitável aceitar esta doença que o senhor fala que não tem cura.

Suas palavras levam a entender que o agente de viagens é um mero intermediário, um peso para o consumidor. Eu discordo deste seu ponto de vista.

Para mim o agente de viagens é uma peça fundamental para todo o setor, mas principalmente para que o turista tenha um atendimento digno, não faça asneiras e gaste dinheiro com um mal produto ou que compre com uma empresa picareta.

Todo agente de viagens, tanto do passado quanto o da atualidade e do futuro, sempre foi e continuará sendo um consultor, por isso DAR CONSULTORIA AO VIAJANTE é uma rotina antiga, não tem nada de novo.

O agente de viagens é MUITO MAIS QUE UM CONSULTOR, ele é o único amigo preparado que o PASSAGEIRO tem quando está em viagem, por isso o AGENTE DE VIAGENS é e sempre será INDISPENSÁVEL, independente da tecnologia ou meio usado para a compra.

Este profissional deve ser reconhecido com o pagamento de comissão, por todos do setor! Da mesma forma que um corretor de seguros é comissionado, da mesma forma que um arquiteto ganha das lojas, da mesma forma que médicos ganham dos laboratórios… O AGENTE DE VIAGENS deve receber comissão sim!

A tecnologia cabe os fornecedores darem às agências e agentes de viagens, em troca do atendimento personalizado que este profissional qualificado dará ao Viajante, evitando assim muitas reclamações.

Cobrar uma consultoria é um extra que um Agente de Viagens pode e deve cobrar, pois existem clientes e clientes, programações e programações, conforme o caso deve ser cobrado mesmo e deve ser cobrado muito! Pois tem viajante que ocupa vários dias de um agente de viagens para planejar a viagem.

Para mim cabe às instituições, incluindo a ABAV, prestar total apoio aos agentes de viagens! Cabe tentar proteger as agências dos operadores que não são sérios! Cabe lutar para que esta categoria não acabe por falta de visão das Cias. Aéreas, pelo capitalismo exterminador dasGIGANTES.com e pela ignorância dos viajantes.

Já fui presidente do SINDETUR-PR e sei que não é fácil representar uma classe que está MUITO DESMOTIVADA e que enfrenta forte pressão de todos os lados. Mas caro presidente, NÃO VEJA SÓ o que a tendência do capitalismo quer mostrar, por favor, ABRA OS OLHOS E O CORAÇÃO para entender de uma vez por todas que as agências de viagens são um grande meio de distribuição com baixíssimo custo para qualquer fornecedor e que a comissão é uma necessidade para que milhares de empresas e empregos sigam existindo, para que milhares de passageiros voltem a ficar satisfeitos de poder comprar uma viagem com tranquilidade numa agência bem montada ou num site ou até mesmo no celular.

Para pagar uma mão de obra qualificada a agência precisa ter comissão digna e ainda cobrar pela consultoria.

Para muitos empresários este ano está sendo difícil mas para muitos está sendo um bom ano. Assim é o mercado, mas o que asseguro é que o turismo só vai crescer e que sempre precisaremos do agente de viagens, por isso não podemos permitir sua extinção nem a das associações de classe como a ABAV.

A comissão não deve ser uma obrigação imposta aos fornecedores, mas sim paga com satisfação por todos do setor. Cabe às associações mostrar ao mercado à importância das agências e dos agentes de viagens em todo o processo.

Viajantes + Fornecedores + Agentes + Agencias + Entidades = JUNTOS SOMOS MAIS FORTES!!!”

Aroldo Schultz

Diretor geral da operadora Schultz

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