Amazônia tem praias de rios, igarapés e vida selvagem

Assim como em uma bem contada lenda de origem amazônica, daquelas cheias de seres mágicos que aparecem em histórias fantásticas contadas na beira do rio, o turismo na Amazônia surpreende os viajantes que desembarcam naquelas terras distantes do Norte do Brasil.

Tem igarapés que confundem a mente com copas de árvores que se fundem no reflexo das águas; macaco que salta do meio da floresta e invade barcos simples com visitantes exaltados; botos que sempre se exibem quando chega mais um forasteiro; e tem até um cruzeiro que singra sem pressa águas escuras que rasgam a maior floresta tropical do planeta.

Eduardo Vessoni

Final de tarde na AmazniaFinal de tarde na Amaznia

Final de tarde na Amazônia

Quando o assunto é turismo no Amazonas, a bagagem volta para casa com mais do que presentinhos indígenas e uma centena de boas imagens exóticas. É uma experiência que conquista olhos, ouvidos e a alma.

Manaus

Quem chega com sede de floresta se decepciona fácil na capital do Amazonas.

Caos no trânsito, vias sujas, insegurança nas ruas, poucas atrações que valham o esforço e uma floresta amazônica que fica do outro lado do rio Negro, a 10 km de distância.

Centro econômico da região Norte, a cidade tem como principais atrativos construções erguidas durante o curto período do Ciclo da Borracha, como o Teatro Amazonas, cuja visita guiada a seu interior é uma experiência obrigatória; o Palacete Provincial, endereço de cinco museus; e o Palácio Rio Negro, construção em estilo eclético, erguida em 1903.

Repórter do Futuro/Flickr-Creative Commons

Interior do Teatro Amazonas, em ManausInterior do Teatro Amazonas, em Manaus

Interior do Teatro Amazonas, em Manaus

E isso é (quase) tudo em território urbano amazônico.

Para ver, realmente, a versão selvagem da Amazônia, só cruzando o rio para se embrenhar em trilhas no meio da floresta.

Para quem tem pressa, o Amazon Bus é um ônibus panorâmico que realiza um circuito de 2h30 de duração, passando por atrações turísticas de Manaus, como o Teatro Amazonas, Palácio da Justiça, Palacete Provincial, Arena da Amazônia e Ponta Negra. As saídas são às quintas, sextas e sábados, às 9h e 14h (R$ 60 por pessoa). SAIBA MAIS

À visita urbana podem ser incluídas também passagens pela Arena da Amazônia, construção equivalente a um prédio de 14 andares. Esse estádio em forma de um cesto de palha indígena, uma área de 84 mil m² com mais de 44 mil lugares, foi erguido para a Copa 2014 que aconteceu no Brasil.

Passados os jogos, a Arena se encontra fechada para visitas por motivos de avaliações técnicas, segundo a Fundação Vila Olímpica. Com sorte, dá para conhecer o local, durante jogos do Campeonato Amazonense.

Eduardo Vessoni

Detalhe da Ponte Rio Negro, em ManausDetalhe da Ponte Rio Negro, em Manaus

Detalhe da Ponte Rio Negro, em Manaus

Outra atração é a Ponte Rio Negro, uma construção imponente de 3.595 metros de extensão sobre o Rio Negro e que conecta a capital com Iranduba, a 27 quilômetros.

A obra é considerada a maior ponte estaiada brasileira sobre águas fluviais e é a primeira com essas dimensões sobre um rio amazônico.

Mas o melhor de Manaus acontece mesmo fora da cidade.

Atrações naturais

A mais famosa delas é o Encontro das Águas, experiência que vale mais pelo fenômeno do que pela beleza cênica do local.

É no encontro dos rios Negro e Solimões que suas águas escuras e barrentas, respectivamente, correm paralelas sem se misturar, ao longo de mais de 6 km. Isso se deve às diferenças de temperatura e densidade daquelas águas.

Eduardo Vessoni

Praia do Tup Praia do Tup

Praia do Tupé, um banco de areia a 34 km de Manaus, em pleno rio Negro

A visita a bordo de barcos costuma ser combinada com navegações em igarapés e os passeios podem ser adquiridos em agências de turismo de Manaus.

E quem não tem mar, vai de rio mesmo.

Endereço preferido dos manauaras, em dias de maré baixa, as praias de rio são a melhor opção para quem quer fugir do calor sufocante da região.

A mais popular é a praia de Ponta Negra, complexo a 13 km do centro, equipado com quadras, bares e restaurantes. Outra opção é a praia do Tupé, um banco de areia a 34 km de Manaus, em pleno rio Negro. Com acesso apenas por barco, essa é uma alternativa à lotada Ponta Negra.

Mas o melhor da Amazônia turística é o Parque Nacional de Anavilhanas, entre Manaus e Novo Airão.

Lincoln Barbosa/Commons Wikimedia

Parque Nacional de Anavilhanas

Esse labirinto fluvial formado por mais de 400 ilhas é considerado um dos maiores arquipélagos fluviais do planeta, uma área de 350 mil hectares. Seus canais levam a mais de 60 comunidades locais e a atrações como praias de rios e trilhas aquáticas por igapós, como são chamados os trechos alagados de floresta, de acordo com a temporada.

É possível chegar à região de carro, lotação ou ônibus, cuja viagem demora cerca de 4 horas e tem parada em Manacapuru.

Flutuante dos Botos

Eduardo Vessoni

Avistamento de botos  uma das atraes da programao externa do Navegar  Preciso Avistamento de botos  uma das atraes da programao externa do Navegar  Preciso

Avistamento de botos é uma das atrações da programação externa do ‘Navegar é Preciso’

Essa atração de Novo Airão, município a 180 km de Manaus, acontece no quintal de uma das casas flutuantes da região, por onde passam botos e peixes-boi.

A partir de uma plataforma sobre o rio, os visitantes observam os bichos sendo alimentados por funcionários do local.

Ribeirinhos

Em Manaus não devem faltar opções de passeios que visitam comunidades ribeirinhas da região.

Eduardo Vessoni

Tapioca feita em comunidade ribeirinha de Acajatuba, no Amazonas Tapioca feita em comunidade ribeirinha de Acajatuba, no Amazonas

Tapioca feita em comunidade ribeirinha de Acajatuba, no Amazonas

Mas não é difícil encontrar viajantes decepcionados que voltam de experiências em vilarejos indígenas, onde índios se fantasiam de índios e tornam a visita superficial, cuja única intenção parece ser arrancar dinheiro de turistas estrangeiros.

Fuja desse tipo de passeio.

Uma experiência que vale a pena é a parada em Acajatuba, uma comunidade ribeirinha que fica a 60 km de Manaus, onde Dona Neide prepara tapiocas para os visitantes, em uma frigideira sobre um fogão a lenha.

Mais autênticos (e sem nenhuma chance de se frustrar) são os passeios fluviais por igarapés e igapós da região amazônica, onde braços de rio se abrem floresta adentro.

Com baixa profundidade e cercado por árvores que se fecham em uma espécie de túnel natural, esse curso d’água leva a cenários onde não é possível chegar a pé ou a bordo de navios maiores.

Algumas agências contam também com trilhas terrestres, em áreas secas da floresta, cujas caminhadas passam por árvores centenárias e pequenos animais.

Hotel flutuante

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Com roteiros que variam de 3 a 7 dias de duração e saídas às sextas e segundas, o IBEROSTAR Grand Amazon é um cruzeiro discreto que singra os rios Solimões e Negro, cuja programação externa inclui visita ao Arquipélago das Anavilhanas, trilhas, passeios em lanchas por igarapés e igapós, pesca de piranha, passeio noturno para observação de jacarés e o famoso Encontro das Águas. SAIBA MAIS

Navegar é Preciso

Eduardo Vessoni

mesa de palestras com os escritores da edio 2014 do Navegar  Precisomesa de palestras com os escritores da edio 2014 do Navegar  Preciso

mesa de palestras com os escritores da edição 2014 do ‘Navegar é Preciso’

Além das saídas regulares do Iberostar Grand Amazon, o navio abriga, anualmente, o ‘Navegar é Preciso’, evento literário promovido pela Livraria da Vila que reúne escritores e passageiros em uma viagem de cinco dias pelo rio Negro com passeios do lado de fora e mesas redondas diárias, no interior da embarcação.

Por ali já passaram nomes como Ignácio de Loyola Brandão, Mário Prata, Humberto Werneck, Edney Silvestre, Valter Hugo Mãe e Xico Sá.

Quando ir – O inverno amazônico vai de janeiro a junho, quando as temperaturas variam entre 27°C e 30ºC, e a quantidade de chuvas é maior, facilitando a navegação de pequenas embarcações pelo corredores alagados da floresta amazônica.As temperaturas sobem para a casa dos 35°C, com sensação térmica que ultrapassa os 40°C, entre julho e dezembro. É nessa época que chegam os amantes da pesca esportiva de piranhas, por conta do volume mais baixo das águas.

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