Alpinista abandona amigo no Himalia e tragédia emociona a França

Aos 37 anos, Elisabeth Revol é um nome conhecido entre os alpinistas da Europa. Foi a primeira mulher a alcançar o topo de três importantes picos do alpinismo mundial – acima de 8 mil metros, em menos de 16 dias, e sem máscara de oxigênio. (Com informações do site RFI)

No último domingo, 28, sobreviveu a uma tragédia enquanto descia a nona maior montanha do mundo, o Nanga Parbat, no Himalia. De volta pra casa, na França, luta para não amputar os dedos, por conta do congelamento na articulação.

Com mais de uma década de experiência em escaladas na região, sobretudo durante o rigoroso inverno himalaio, Revol se especializou em subidas com temperaturas e clima absolutamente desfavoráveis.

Nada disso, porém, impediu que no último domingo, após conquistar o topo de Nanga Parbat, ela e o alpinista polonês, Tomasz Mackiewicz, de 43 anos, sofressem as primeiras consequências da implacável força da natureza.

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Cerca de 30 alpinistas perderam a vida no Nanga Parbat, cujo nome significa “Montanha Nua”

Tudo começou dias antes de completarem o percurso de 8. 126 metros do pico. Na madrugada de sexta-feira, 26, o polonês alertou por rádio sobre os primeiros efeitos provocados pela temperatura negativa: congelamento em partes do corpo dos alpinistas e visão prejudicada pela oftalmia, em virtude da alta luminosidade da neve.

Mackiewicz também apresentava  sintomas de edemas cerebrais e pulmonares. A 7.280 metros de altitude, o alpinista se refugiou numa cratera onde decidiu esperar socorro.

Foi quando Revol, em melhor condição física, resolveu deixar para trás o amigo e para tentar descer a montanha – ainda que sem água, comida e outros equipamentos. Resgatada por um helicóptero da embaixada da Polônia no Paquistão, a francesa foi levada a um hospital da capital Islamabad, no nordeste do país.

Já Mackiewicz, entretanto, não teve a mesma sorte, uma vez que helicópteros não voam acima de 6 mil metros de altura, impedindo o seu resgate. Devido à condição de hipotermia e altitude, o polonês é dado como morto pelas autoridades locais.

Redes sociais e recuperação 

O caso, que comoveu a França e todo o mundo, logo ganhou destaque nas redes sociais, onde a atitude de Revol foi alvo de críticas. Muito falou-se também sobre a arriscada decisão de subir a montanha durante o inverno, por conta dos potenciais riscos assumidos pela dupla. Apesar disso, não faltou mensagens de apoio à alpinista, saudando sua coragem e determinação.

Levada ao hospital de Sallanches, especializado em congelamentos de alpinistas, Elisabeth Revol tem o quadro estável, apesar da fragilidade de sua saúde. Ela tenta se recuperar do congelamento nos dedos, pés e mãos, evitando a amputação.

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