A viagem do café pelo Espírito Santo

O café é como o vinho, uma bebida cheia de complexidades, mas que não recebe a devida atenção dos brasileiros. Para derrubar esse clichê e comemorar o Dia Nacional do Café, fomos até o Espírito Santo visitar fazendas cafeeiras e conhecer mais sobre essa nossa bebida predileta e tão banalizada.

Créditos: Viramundo e Mundovirado

Região cafeeira de Vila Bananal

Durante três dias estivemos acompanhados por Pedro Malta, Paulo Figueiredo e Douglas Santiago, agrônomos do Programa Nescafé Plan que desenvolve na área um projeto de sustentabilidade, inclusão social e aperfeiçoamento das técnicas de plantio e colheita para mais de 850 produtores. Tivemos a oportunidade de conhecer todo o processo evolutivo de um cafezal. Desde o seu plantio até a catação e posterior lavagem, secagem, pilagem, armazenamento, e por fim a degustação. Esta prática é pouco comum para os brasileiros, embora sejamos o maior produtor e exportador do mundo e o segundo maior consumidor (o primeiro é o Estados Unidos).

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O agrônomo Clésio com uma muda de café Conilon clonada

Nossa viagem se iniciou na cidade capixaba de Jaguaré. Ali fica o Viveiro Sempre Verde onde se utiliza a técnica de clonagem para produzir mais de 1.500 mil mudas de café por ano com o objetivo de aumentar a produtividade do cafezal e com isso gerar mais recursos aos cafeicultores.

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Legenda colheita semimecanizada na Fazenda Vitorio Orletti

O passo seguinte, na cidade de Pinheiros, foi conhecer a fazenda Vitório Orletti com mais de 160 ha plantados com café Conilon. Ali pudemos acompanhar todo o processo de renovação da lavoura, colheita semimecanizada, lavagem, secagem via fogo indireto, beneficiamento e armazenagem. Vimos também o efeito da estiagem que atinge o Estado há mais de três anos e que vem prejudicando sensivelmente a safra cafeeira.

Ali aprendemos a identificar os grãos do café Conilon (Robusta), que tem grãos menores e mais escuros comparados aos do Arábica. Por fim conhecemos as metodologias de degustação de vários tipos de cafés para reconhecer seus aromas e sabores que variam do amargo, doce, azedo e ácido, e suas notas frutais.

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Vitor Capelini na colheita do café

Amanhecia quando chegamos na última etapa da viagem. O sitio Amizade de agricultura familiar, em Rio Bananal, de propriedade de Fátima e Vitor Capelini. O casal trabalha uma área 6,5 ha numa lavoura sustentável de café há mais de 32 anos, colhendo em sua melhor época 220 sacas por ano. Atendendo as exigências do Programa Nescafé Plan, hoje sua produtividade não é só maior por causa da grave crise hídrica do Estado.

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Pés de café Conilon

Num mundo cada vez mais explorado, o sempre novo são as descobertas de cada viajante. Essa é a magia das viagens e que as torna uma atividade única e intransferível.  Elas podem proporcionar um tão vivo aprendizado a ponto de mudar para sempre nosso olhar sobre uma simples, cheirosa e reconfortante xícara de café.

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Família Capelini, sra. Fátima, Henrique e sr Vitor

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