11 programas imperdíveis para incluir no seu mochilão à América do Sul

por Thiago Lyra

Ela é tão grande quanto desconhecida para muitos de nós brasileiros. Por isso mesmo, reserva surpresas em destinos famosos e outros nem tanto, para quem quer se aventurar nas terras de ‘nuestros hermanos’ de mochila nas costas (ou não). Confira uma seleção de 11 lugares incríveis para conhecer no seu mochilão à América do Sul.

01. Machu Picchu, Peru, de qualquer maneira!
As ruínas são um “must-see”, seja qual for o jeito que escolher chegar até elas. É o destino mais procurado da América do Sul, portanto saiba que certamente dividirá a paisagem com uma horda de turistas, que aumenta no período da tarde. Mas isso não invalida em nada a magia do lugar! Invista num guia, mesmo que contrate um particular lá na porta (cerca de USD100) ou provavelmente perderá curiosas explicações que vão muito além de um monte de pedras empilhadas. Para os mais aventureiros, além da clássica trilha Inca (que fecha no mês de fevereiro) existe uma trilha alternativa que muitos fazem, saindo de Cuzco, tomando vans particulares até Hidroelectrica e percorrendo uma trilha ladeando a linha de trem a pé (cerca de 3 horas). Dura um dia inteiro, acordando de madrugada.

Machu Picchu é, com razão, uma das 7 Maravilhas do Mundo Moderno


02. Tour em 4×4 no Salar de Uyuni, Bolívia

Contratar um tour em jipe 4×4 por três ou quatro dias é a melhor maneira de conhecer o Salar, o maior deserto de sal do mundo. As empresas costumam vender pacotes com motorista e guia inclusos – em espanhol ou inglês – além de alimentação e hospedagem no caminho. São pic-nics incríveis em sopés de vulcões ou à beira de lagos com revoadas de flamingos e estalagens muitas vezes sem energia elétrica, portanto leve seu equipamento fotográfico com baterias bem carregadas. Novembro é o mês do acasalamento dos flamingos, formando um espetáculo em particular, num balé sincronizado de milhares de aves. Há rumores de que parte da região será destinada à extração de lítio por companhias japonesas, num futuro próximo, portanto é bom garantir sua ida.

No período das chuvas (verão), a água faz com que céu e terra se misturem no Salar do Uyuni, numa paisagem de puro branco!


03. Rafting em Baños, Equador

A cidadela é famosa por suas águas termais e medicinais (verdadeiros piscinões de Ramos, diga-se) e turismo de aventura. O rafting nas corredeiras da região é classificado entre o níveis 3 e 4, numa escala que vai até 5, portanto é adrenalina e superação garantidos, mesmo para quem (como eu) nunca havia se aventurado no esporte. As companhias Wonderful Equador e Geotours são bastante profissionais e não dispensam um breve e essencial treinamento aos alunos antes de cair na água.

Comandados por um capitão que fica na parte de trás do bote, o rafting faz qualquer coração tremer de adrenalina em Baños, Equador


04. Animais marinhos ou far-niente em Puerto López, Equador

A pacata vila de pescadores de Puerto López é ponto de chegada para dois belos passeios na região. Um deles é a visita à Isla de la Plata, de barco, para apreciar aves marinhas como o albratroz ou os exóticos piqueros patas azules, com direito – se der sorte – a avistar grupos de golfinhos no caminho. Junho é a alta temporada, por causa das baleias jubarte que nadam e saltam a poucos metros dos barcos. Igualmente imperdível é a reserva marinha de Los Frailes, acessível de ônibus ou mototáxi: águas cristalinas e areia branquinha, perfeitos para um momento relax. Percorrendo algumas trilhas, é possível chegar a outras pequenas praias próximas, como a Tortuguita, praticamente desertas. Leve água, pois barraquinhas de ambulantes (que bom!) não exitem por aqui.

Piquero patas azules, a exótica ave que habita a isla de La Plata, em Puerto López, Equador

 

05. Descida de bike pela Ruta de La Muerte, Bolívia
Penhascos, estradas de terra cheias de pedras e lama e risco de tombos em alta velocidade, sobre uma bicicleta. Falando assim, a descida desta que já foi considerada a estrada mais perigosa do mundo, nos arredores de La Paz a Coroico, na Bolívia, parece insano. E é! Mas com cautela e um bom equipamento de segurança – não hesite em contratar companhias mais caras, que incluem capacete e bicicletas de dupla suspensão e freios hidráulicos – a descida de 3,3 km é adrenalina pura, com direito a muitas cachoeiras e cenários de tirar o fôlego!

A descida em bicicleta pela Ruta de La Muerte é bastante perigosa mas, com cautela, qualquer um pode fazer… e se superar!

06. Visita ao Museo Inka de Cuzco, Peru
O lugar não faz parte do boleto turístico de atrações que é vendido pela prefeitura da cidade, mas tem um acervo e uma apresentação bem mais interessante e didática que os seus “concorrentes”. Não dispense um guia, contratado no local mediante gorjeta espontânea, para conhecer e ver quase tudo que precisa sobre a fascinante cultura inca.

Para chegar ao Museo Inka, basta subir a rua ao lado da bela Catedral de Cuzco, Peru

07. Curtição nas fiestas de Máncora, Peru
Se estiver saindo do Peru em direção ao Equador, vale uma parada de alguns dias nessa praia que fica quase na fronteira, no norte do país. Aulas de surf e muito agito nas “fiestas en la playa”, para os que buscam, mas também uma ótima oportunidade de experimentar o saboroso ceviche. Los Órganos, uma praia vizinha, é conhecida pelo melhor ceviche do país. Revigorantes banhos de mar no Pacífico também são obrigatórios, pois aqui ele nem é tão gelado como em praias do litoral do Chile, por exemplo.

Praia de Mncora, Peru | Thiago Lyra

O pôr-so-sol no mar do Pacífico é um espetáculo diário em especial na praia de Máncora, Peru

08. Comer, comprar e viver a noite de Lima, Peru
A capital peruana é uma intrigante surpresa cosmopolita para os viajantes desavisados – que muitas vezes chegam com aquela ideia esteriotipada de uma capital latinoamericana – para o bem e para o mal. Situada no litoral, oferece lindos pôres-do-sol à beira dos malecones de bairros como Miraflores e Barranco, recomendados para hospedagem. Além, claro, de uma rara oportunidade de sol e clima ameno, para quem vem do frio atiplânico do restante do país. Ótima oportunidade para acesso a cinemas, teatros, compras e vida noturna em lugares como o shopping Larcomar, encrustrado num penhasco à beira-mar. Mas, como toda cidade grande, é bom manter o alerta para a delinquência de pequenos furtos nas ruas, um problema por aqui.

Malecones ao longo da via costeira no bairro de Miraflores em Lima, Peru

09. Trilha ao Choro de Girón, Equador
Nos arredores de Cuenca, Equador, a cidade de Girón fica facilmente accessível em ônibus locais, para uma distração de uma dia. Na chegada, senhores em camionetas fazem o percurso até a entrada da cachoeira, ou “chorro”, por cerca de 5 dólares. Para chegar até ela, entretanto, é preciso fazer uma pequena trilha, bem sinalizada. Do alto, o vale montanhoso ao redor é bastante bucólico, com seus pastos verdejantes.

A trilha para o Chorro de Girón nos arredores de Cuenca, Equador, leva à uma bela cachoeira

10. Visita aos museus de chapéu Panamá em Cuenca, Equador
Estar em Cuenca é visitar o lugar onde são produzidos os famosos chapéus de paja toquilla, ou chapéus Panamá, que são na verdade artefatos genuinamente equatorianos. A confusão deve-se à época em que eram vendidos no Canal do Panamá, ainda em construção no início do século XX. Aqui, tem-se a oportunidade de conhecer a tradição e acompanhar o processo de manufatura em diversas fábricas-museu da cidade. Na Barranco’s Panama Hats é possível comprar o seu chapéu personalizado, feito na hora, podendo escolher cor da fita, tamanho da aba e outros detalhes, por preços a partir de 15 dólares. Mais distante, há também a fábrica-museu Homero Ortega, que oferece a vantagem de ser uma das mais antigas da cidade, em artigos de ótima qualidade.

Em Cuenca, Equador, é possível encomendar um chapéu Panamá personalizado, finalizado na hora e sob medida

11. Bike até o Valle de la Luna no Atacama, Chile
Dá para ir de ônibus, mas por que desperdiçar uma oportunidade única de passear de bicicleta em pleno Deserto do Atacama? Saindo pela manhã, a pedida é alugar uma bike em uma das várias agências da cidade e pegar a estrada. São pouco menos de 8 quilômetros, nenhum bicho-de-sete-cabeças até para os mais sedentários, porém num percurso de subida, na ida. Na região existem várias formações rochosas pitorescas, indicadas num mapa disponibilizado na compra do ingresso, na entrada do vale. Não deixe de ficar para o pôr-do-sol do alto da Duna Mayor: um espetáculo de luzes alaranjadas, violetas e rosadas, que mudam a cada segundo, projetadas nas rochas do vale ao redor. Para regressar a San Pedro, pode-se arriscar uma carona em uma camionete local, ou voltar com mais emoção no escuro total, pela mesma estrada. Portanto, lembre de levar uma lanterninnha para acoplar na sua bike.

As cores mudam a cada segundo no pôr-do-sol no Valle de La Luna no Deserto do Atacama, Chile

 

Thiago Lyra é designer, ilustrador e infografista, e largou tudo para fazer um mochilão incrível de 4 meses pela América do Sul no início de 2011.

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Veja mais roteiros na América do Sul » RoteirosIncriveis_AmericaDoSul


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